1 Pedro 3.18-22 Sofrimento e Vitória!

Em meio as lutas da vida, Cristo é nossa esperança!

Tema: Sofrimento e Vitória!

 

1 Pedro 3.18-22

17 Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal.

18 Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito,

19 no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão

20 que há muito tempo desobederam, quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água,

21 e isso é representado pelo batismo que agora também salva vocês — não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus — por meio da ressurreição de Jesus Cristo,

22 que subiu ao céu e está à direita de Deus; a ele estão sujeitos anjos, autoridades e poderes.

 

GRANDE IDEIA: Cristo é a única esperança dos que sofrem pela fé, pois estes recebem acesso a Deus, salvação e vitória.

 

INTRODUÇÃO:

 

Quem nunca ouviu a frase: “Não há vitória sem lutas!”. Não sei quem é seu autor, mas é uma frase muito verdadeira. Vitória pressupõe que antes houve uma luta ou uma competição. No caso da vida cristã, vivemos num combate contra o pecado e contra tudo que este mundo pecaminoso tenta impor sobre nós, servos de Jesus. E, além disso, estamos numa guerra para nos mantermos leais a Cristo, mesmo que isto nos traga a morte.

Os leitores desta primeira carta de Pedro estavam nas cinco regiões da chamada Ásia Menor. Eles estavam debaixo de forte e violenta perseguição. Sofriam ameaças, porque suas práticas morais eram diferentes daquelas costumeiras do mundo e isto incomodava inclusive o governo, na figura de seu imperador, Nero, que governou de 54 d.C. até 68 d.C. Foi Nero que mandou incendiar Roma no ano 65 d.C. e depois colocou a culpa nos cristãos que moravam na cidade. Estes foram presos e levados aos estádios para morrerem devorados pelos leões. Roma era marcada por idolatria, homossexualismo, prostituição, violência, e muito mais. As palavras e ensino dos cristãos chamavam as pessoas à santidade de vida moral e uma vida que reconhecesse Cristo, como Deus e Senhor. Como isso era uma transformação radical, e ameaçava a falsa divindade do imperador, eles eram perseguidos, por onde fossem. Pedro escreveu a carta para encorajá-los a continuarem firmes. Cristo era a esperança deles, assim como é a única esperança para nós.

Nesta porção que lemos hoje, Pedro nos apresenta Cristo como modelo de alguém que sofreu em função da vontade soberana de Deus. Mas o sofrimento de Cristo não lhe conduziu ao fracasso com a sua morte. Pelo contrário, o sofrimento de Jesus e sua morte na cruz eram a base de sua vitória, e Cristo, pelo seu sofrimento nos abençoa. Destaco 3 bênçãos alcançadas por meio deste sofrimento.

 

  1. Pelo sofrimento de Jesus temos acesso a Deus.

17 Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal.

18 Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito,

Imagine que a igreja estava morrendo nas mãos dos violentos soldados romanos. Os cristãos tinham um Deus. Eles criam em Jesus e pregavam o arrependimento e fé em Cristo para a salvação. Esta mensagem incomodava o imperador que também se considerava um deus. Para o império romano, o cristianismo era uma ameaça à segurança nacional, já que o governante estava sendo desobedecido, pois os cristãos preferiam morrer adorando somente a Cristo, do que negando a fé e adorando ao imperador.

Parece fácil falar de fé em Cristo hoje e de dar a vida por Jesus. Mas não era fácil para a igreja no império. Vivendo escondidos em pequenas comunidades e em pequenos grupos. Viviam sempre na possiblidade de serem encontrados, arrastados pelas ruas e ser queimados vivos ou devorados pelos leões.

Mas Pedro deseja encorajar esta igreja sofredora a imitar a Jesus. Ele é o modelo perfeito daquele que faz e cumpre toda a vontade e propósito de Deus. Se eles julgavam que seu sofrimento era grande e injusto, Pedro os convida a olhar para o sofrimento de Cristo. Afinal, Jesus sofreu pelos pecados de toda a humanidade. Era o justo sofrendo pelos injustos. Era alguém sem pecado morrendo por causa de pecadores desde o nascimento.

O alvo do sofrimento de Cristo, seu propósito, era nos conduzir a Deus. Pela finalidade gloriosa de nos abrir acesso a Deus, de nos permitir ter um relacionamento pessoal com Deus Pai, Jesus enfrentou a vergonha, a dor, o sofrimento, a morte.

Pedro afirma: é melhor que vocês sofram fazendo o bem, se esta é a vontade de Deus, do que fazendo o mal, pois Cristo sofreu pelos seus pecados, e mais, sendo sem pecado. Ele morreu para que pecadores condenados fossem absolvidos. Livres da morte, da culpa.

Você é a convidado a avaliar sua condição de vida hoje. Que sofrimento você tem passado por ser um cristão? Será que abster-se de bebida alcóolica, das drogas, do sexo ilícito, dos divertimentos imorais, para ficar com Cristo é, de fato, um sofrimento igual ao de Jesus por você? Será que sair de casa para frequentar os cultos, sob alegação de estar cansado ou trabalhando é algo que justificável, diante do fato do sacrifício de Cristo por você?

Mas o texto não para. E Pedro segue nos mostrando que há outra bênção que alcançamos:

 

  1. Pelo sofrimento de Jesus temos a mensagem de salvação.

18 Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito,

19 no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão

20 que há muito tempo desobederam, quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água,

 

Esta é a porção da qual comentei antes, consideradas uma das mais difíceis de serem interpretadas na Bíblia. Mas vamos retomar o texto e tentar fazer nele uma reflexão. Ainda no final do verso 18, Pedro afirma que Jesus foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito e no 19, diz que neste espírito ele foi e pregou aos espíritos em prisão.

É fácil entender que Jesus foi morto no corpo. Mas a expressão: vivificado pelo Espírito é onde começam as dúvidas. Primeiro, no grego, segundo estudiosos, todas as palavras são escritas em minúsculas, o que exige observador o contexto para definir o que uma palavra está dizendo. Acontece que, neste caso, o contexto não ajuda. A dúvida inicial é: Esta palavra espírito se refere ao Espírito Santo ou ao espírito de Jesus, ou seja, à sua condição de vivo novamente? Se for o Espírito Santo, o verso 19 indica que foi o Espírito Santo que levou Jesus até os tais espíritos em prisão para pregar a eles. Se for o espírito de Jesus, no sentido dele estar vivo, então indica que Jesus, novamente vivo, foi espiritualmente, até aos espíritos em prisão pregar a eles.

A outra questão é: quem são os espíritos em prisão? Nosso texto apenas diz que eles desobedeceram a Deus e que isto foi no tempo que Noé estava construindo a Arca. Isto já indica que não se trata de pessoas que morreram antes de Cristo, pois o texto delimita a época e, de certa forma, a quantidade. Uma das interpretações deste texto foi utilizada para apoiar a ideia do purgatório, dizendo que Cristo pregou para a salvação dos espíritos presos lá. Uma ideia herética, sem fundamento nas Escrituras, muito menos nesta passagem. Outra ideia que muitos tentam defender é que Cristo teria ido ao inferno em nosso lugar. Mas não há esse fato na Bíblia. Atos 2.31 diz que Jesus não foi abandonado no Hades. Em algumas versões encontramos a palavra Hades traduzida como inferno, mas outras traduzem como sepulcro. A palavra no seu sentido original significa apenas o lugar dos mortos, principalmente os mortos infiéis. Outra ideia, bastante forte, é a que o texto se refere que Cristo estava presente em espírito enquanto Noé, pregava ao povo de sua época que se arrependessem e fossem salvos na arca. Mas não é comum a palavra espírito no Novo Testamento ser utilizada para pessoas, na maior parte de seu uso, ela é aplicada aos anjos ou demônios.

Dito isto, prefiro entender que os espíritos em prisão não eram pessoas, mas anjos caídos ou demônios, e que Cristo foi a eles depois de sua morte e lhes proclamou a sua vitória. Isto porque, a palavra traduzida por pregou na sua Bíblia, no original significa, proclamou como um arauto. Ou seja, alguém que tem autoridade para trazer a mensagem do rei e que, portanto, essa mensagem deve ser válida. Resumindo meu entendimento, vamos entender o texto: Cristo foi morto no corpo, mas no espírito vivo e, nesta condição espiritual, foi e proclamou a sua vitória sobre a morte (ideia retirada da palavra vivificado) aos anjos caídos e aprisionados por sua desobediência a Deus, desde a época de Noé.

O que isto serve para nós? Temos um Cristo vitorioso sobre a morte, o inferno e os poderes espirituais das trevas. Como diz a Palavra, maior é que o está em nós do que aquele que está no mundo. A mensagem de salvação é completa na pessoa de Jesus. Ele se ofereceu em sacrifício por nós. Ele morreu, mas venceu a morte com a ressurreição. Ele recebeu autoridade no céu e na terra. Na eternidade até os demônios sabem da sua vitória, neste mundo, nós, a igreja, somos aqueles que desfrutamos dessa vitória, e temos a missão de pregar o evangelho a outras pessoas.

 

  1. Pelo sofrimento de Jesus temos identidade com ele e participação no seu triunfo.

20 que há muito tempo desobederam, quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água,

21 e isso é representado pelo batismo que agora também salva vocês — não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus — por meio da ressurreição de Jesus Cristo,

22 que subiu ao céu e está à direita de Deus; a ele estão sujeitos anjos, autoridades e poderes.

 

Ao dizer que apenas 8 pessoas foram salvas por meio da água (dilúvio), Pedro afirma que isso representa o batismo que agora salva a igreja. No tempo de Noé, a arca foi construída durante 120 anos. Neste tempo, Noé pregou o arrependimento e a destruição que viria com o dilúvio. Mas não creram nele e continuaram em suas maldades e corrupções. Até que o dilúvio veio, e salvou apenas Noé e sua esposa, seus 3 filhos e as esposas dos filhos. A água do dilúvio é representada pelo batismo. Também ouvimos a pregação, mas nos arrependemos de nossos pecados, então entramos na arca, ou seja, no corpo de Cristo, na sua igreja.  Fomos lançados no dilúvio, água do batismo, mas fomos salvos pela graça, por meio da fé em Cristo Jesus, portanto, não ficamos lá na água, mas dela saímos para uma nova vida. Ali nas águas do batismo somos identificados com Cristo, pois fomos sepultados e de sepulcro saímos para uma nova vida, ou como disse Pedro, para o compromisso de uma boa consciência diante de Deus, que não conseguimos por nós mesmos, mas por meio da ressurreição de Jesus Cristo, que está no céu à direita de Deus, a quem estão sujeitos anjos, autoridades e poderes, para glória de Deus! Amém?!

A palavra batismo sugere identificação também. E nos identificar com Cristo pode gerar sofrimento. As igrejas para quem Pedro escreveu a carta são um exemplo dessa realidade. Mas na atualidade, o sofrimento é uma realidade para muitos cristãos. Somos provocados para dar respostas diante de perseguições, afrontas, e, se nos posicionarmos como cristãos, é possível que soframos. No entanto, devemos seguir o modelo de Jesus, cujo foco era nos conduzir a Deus. E conseguiu. Não percamos o nosso foco que é a eternidade com o Senhor. Assim, o nosso sofrimento aqui é nada perto da glória de Deus que vamos desfrutar eternamente.

 

CONCLUSÃO:

Repito aqui a mesma frase que começamos: Cristo é a única esperança dos que sofrem pela fé, pois estes recebem acesso a Deus, salvação e vitória. Não desanimemos diante dos problemas. Somos de Deus. Não somos deste mundo. Sabemos para onde vamos e por quem trabalhamos.

Termino com as palavras de Paulo em Romanos 8. 35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 36 Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. 37 Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. 38 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, 39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Em Cristo, teremos a vitória completa! Você pode dizer amém?

 

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