OS PLANOS DOS HOMENS E PROVIDÊNCIA DE DEUS – Atos 23.11-35

ATOS 23.11-35 

11 Na noite seguinte o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: “Coragem! Assim como você testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma”. 

12 Na manhã seguinte os judeus tramaram uma conspiração e juraram solenemente que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem Paulo. 

13 Mais de quarenta homens estavam envolvidos nessa conspiração. 

14 E, dirigindo-se aos chefes dos sacerdotes e aos líderes dos judeus, disseram: “Juramos solenemente, sob maldição, que não comeremos nada enquanto não matarmos Paulo. 

15 Agora, portanto, vocês e o Sinédrio peçam ao comandante que o faça comparecer diante de vocês com o pretexto de obter informações mais exatas sobre o seu caso. Estaremos prontos para matá-lo antes que ele chegue aqui”. 

16 Entretanto, o sobrinho de Paulo, filho de sua irmã, teve conhecimento dessa conspiração, foi à fortaleza e contou tudo a Paulo, 

17 que, chamando um dos centuriões, disse: “Leve este rapaz ao comandante; ele tem algo para lhe dizer”. 

18 Assim ele o levou ao comandante. Então disse o centurião: “Paulo, o prisioneiro, chamou-me, pediu-me que te trouxesse este rapaz, pois ele tem algo para te falar”. 

19 O comandante tomou o rapaz pela mão, levou-o à parte e perguntou: “Que você tem para me dizer? ” 

20 Ele respondeu: “Os judeus planejaram pedir-te que apresentes Paulo ao Sinédrio amanhã, sob pretexto de buscar informações mais exatas a respeito dele. 

21 Não te deixes convencer, pois mais de quarenta deles estão preparando uma emboscada contra Paulo. Eles juraram solenemente não comer nem beber enquanto não o matarem. Estão preparados agora, esperando que prometas atender-lhes o pedido”. 

22 O comandante despediu o rapaz e recomendou-lhe: “Não diga a ninguém que você me contou isso”. 

23 Então ele chamou dois de seus centuriões e ordenou-lhes: “Preparem um destacamento de duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos lanceiros a fim de irem para Cesaréia esta noite, às nove horas da noite. 

24 Providenciem montarias para Paulo, e levem-no em segurança ao governador Félix”. 

25 O comandante escreveu uma carta nestes termos: 

26 Cláudio Lísias, ao Excelentíssimo Governador Félix, Saudações. 

27 Este homem foi preso pelos judeus, que estavam prestes a matá-lo quando eu, chegando com minhas tropas, o resgatei, pois soube que ele é cidadão romano. 

28 Querendo saber por que o estavam acusando, levei-o ao Sinédrio deles. 

29 Descobri que ele estava sendo acusado em questões acerca da lei deles, mas não havia contra ele nenhuma acusação que merecesse morte ou prisão. 

30 Quando fui informado de que estava sendo preparada uma cilada contra ele, enviei-o imediatamente a Vossa Excelência. Também ordenei que os seus acusadores apresentassem a Vossa Excelência aquilo que têm contra ele. 

31 Os soldados, cumprindo o seu dever, levaram Paulo durante a noite, e chegaram a Antipátride. 

32 No dia seguinte deixaram a cavalaria prosseguir com ele, e voltaram para a fortaleza. 

33 Quando a cavalaria chegou a Cesaréia, deu a carta ao governador e lhe entregou Paulo. 

34 O governador leu a carta e perguntou de que província era ele. Informado de que era da Cilícia, 

35 disse: “Ouvirei seu caso quando os seus acusadores chegarem aqui”. Então ordenou que Paulo fosse mantido sob custódia no palácio de Herodes. 

Grande Ideia: Os homens podem fazer planos, mas é Deus quem decide o que acontece com seus servos. 

INTRODUÇÃO: 

O livro de Provérbios traz um verso que devemos sempre ter em mente: “Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos”. (Prov. 16.9). 

Todos nós temos sonhos e planos para o nosso futuro. No entanto, na prática, vamos descobrimos que as coisas somente acontecem quando Deus as aprova e permitem que aconteçam. No entanto, além dos planos que temos para nós, há os planos de outras pessoas que nos afetam. E devemos dar glória a Deus pelo fato de que é Ele quem dirige os passos de todos, não somente os nossos. 

Na passagem que lemos hoje, após sua prisão em Jerusalém e ao perceber que não teria um julgamento justo entre os judeus, Paulo apelou para sua cidadania romana, a fim de conseguir um julgamento justo entre os gentios. Após sua saída da reunião com o sinédrio que havia acabado em confusão, o Senhor Jesus apareceu a Paulo, e consolando o apóstolo, afirmou que ele iria até Roma para testemunhar de Cristo também naquela cidade. Essas palavras mostram que o Senhor é quem dirige os nossos passos. Paulo sabia, por estas palavras, que sua vida estava segura até sua chegada em Roma. Com isto em mente, vemos os planos dos homens judeus e vemos, claramente, a ação do Senhor para proteger e dar livramento a Paulo. Dividimos essa passagem em 3 cenas: O plano pensado, O plano descoberto e o Plano frustrado. Vamos a elas: 

  1. O PLANO PENSADO. 

12 Na manhã seguinte os judeus tramaram uma conspiração e juraram solenemente que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem Paulo. 

13 Mais de quarenta homens estavam envolvidos nessa conspiração. 

14 E, dirigindo-se aos chefes dos sacerdotes e aos líderes dos judeus, disseram: “Juramos solenemente, sob maldição, que não comeremos nada enquanto não matarmos Paulo. 

15 Agora, portanto, vocês e o Sinédrio peçam ao comandante que o faça comparecer diante de vocês com o pretexto de obter informações mais exatas sobre o seu caso. Estaremos prontos para matá-lo antes que ele chegue aqui”. 

É admirável perceber o quanto os judeus odiavam Paulo e o Evangelho do Cristo ressurreto que ele pregava. Desde o início da igreja, Cristo fora rejeitado pela liderança judaica e por muitos do povo, fazendo com que a liderança da igreja fosse presa em Jerusalém pelos guardas do templo. Mas agora, com o passar dos anos e mesmo com o crescimento imenso da igreja em Jerusalém, a violência dos judeus contra Paulo é sem medida. O comentarista Barclay, afirma que “Sob certas circunstâncias os judeus consideravam justificável o assassinato. Se um homem se convertia em um perigo público para a moral e a vida, consideravam que era legítimo eliminá-lo como pudessem.” 

Cerca de 40 homens judeus tramaram a morte de Paulo. Eles fizeram um juramento de que não comeriam nem beberiam até matá-lo. Que tipo de gente é essa que considera o assassinato algo aceitável, mesmo contrário a vontade de Deus. E o pior, parece que tinham o apoio dos sacerdotes, ou seja, daqueles que deveriam instruí-los contra o pecado que estavam cometendo. 

Essa situação nos serve de reflexão. As vezes somos tentados tomar atitudes erradas em nome de Deus. Pecamos em considerar que podemos combater um erro cometendo outro. Devemos, como servos de Cristo, orar para que Deus haja em nosso favor quando nos sentimos prejudicados. E naquilo que necessitamos agir, devemos fazê-lo sempre de acordo com os princípios da Palavra de Deus.  

Não tenha planos que parecem ser corretos, mas que estão contrários aos princípios bíblicos do Novo Testamento. Jesus nos mandou amar os nossos inimigos e orar por eles. Isso não significa que vamos concordar com eles ou que não vamos combater seus falsos ensinos. Mas que nossas atitudes precisam ser obedientes aos Ensinos de Cristo quando tivermos que agir. 

  1. O PLANO DESCOBERTO 

16 Entretanto, o sobrinho de Paulo, filho de sua irmã, teve conhecimento dessa conspiração, foi à fortaleza e contou tudo a Paulo, 

17 que, chamando um dos centuriões, disse: “Leve este rapaz ao comandante; ele tem algo para lhe dizer”. 

18 Assim ele o levou ao comandante. Então disse o centurião: “Paulo, o prisioneiro, chamou-me, pediu-me que te trouxesse este rapaz, pois ele tem algo para te falar”. 

19 O comandante tomou o rapaz pela mão, levou-o à parte e perguntou: “Que você tem para me dizer? “ 

20 Ele respondeu: “Os judeus planejaram pedir-te que apresentes Paulo ao Sinédrio amanhã, sob pretexto de buscar informações mais exatas a respeito dele. 

21 Não te deixes convencer, pois mais de quarenta deles estão preparando uma emboscada contra Paulo. Eles juraram solenemente não comer nem beber enquanto não o matarem. Estão preparados agora, esperando que prometas atender-lhes o pedido”. 

22 O comandante despediu o rapaz e recomendou-lhe: “Não diga a ninguém que você me contou isso”. 

Por algum motivo, o sobrinho de Paulo, filho de sua irmã ficou sabendo do plano dos judeus de matar Paulo. A família de Paulo era ligada ao grupo conhecido como fariseus, um grupo radical dos judeus nos tempos bíblicos. É possível que o assunto tenha surgido e as esposas ficaram sabendo, e de um em um, o assunto tenha corrido, chegando até aos parentes de Paulo. Quando Paulo soube, chamou um centurião e pediu que levasse o rapaz para falar com o comandante, e o rapaz contou tudo a ele.  

Aqui vemos um contraste. Enquanto os judeus querem matar a Paulo, tendo como base apenas o ódio e as acusações falsas, que nunca foram provadas. O comandante e os soldados romanos fazem de tudo para proteger Paulo a fim de que ele tenha um julgamento justo, com direito à ampla defesa. Aqui me vem a mente as palavras de Jesus quando afirmava que os filhos dos homens são mais prudentes do que os filhos de Deus. Que vergonha para os judeus, o povo de Deus, o Deus de justiça, que deveriam agir de forma melhor e mais justa que os ímpios gentios! Que péssimo testemunho eles deram! 

Por outro lado, aqui vemos a ação do Senhor Jesus, por meio de coisas simples. Sua promessa consoladora de que Paulo iria até Roma para testemunhar diante das autoridades estava sendo cumprida. Os planos maus que os homens judeus tinham contra Paulo, estavam sendo revelados agora, bem como estavam expostos os seus corações pecaminosos. 

Todos os apóstolos, e Paulo muito especialmente, viviam sempre prontos para enfrentar a morte a qualquer momento por causa de Jesus. A história de Paulo no livro de Atos mostra que ele foi apedrejado, preso, ameaçado e vítima de várias emboscadas. Mas o Senhor preservou sua vida para que o seu propósito se cumprisse. Foi Paulo que escreveu aos Romanos 8.35-37 dizendo: “35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 36 Como está escrito: “Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro”. 37 Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” 

Estejamos prontos para viver na dependência do Senhor. Nossa vida está segura nele. Se ele desejar, os planos contra nós também são descobertos, nos dando oportunidades de tomar decisões favoráveis a nós, com a sua ajuda.  

Eu somente posso afirmar que nossa vida pertence a Cristo e viveremos neste mundo sob seus cuidados, enquanto cumprimos com paciência e dedicação a missão que ele nos deu de compartilhar o Evangelho com todos. 

  1. O PLANO FRUSTRADO 

23 Então ele chamou dois de seus centuriões e ordenou-lhes: “Preparem um destacamento de duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos lanceiros a fim de irem para Cesaréia esta noite, às nove horas da noite. 

24 Providenciem montarias para Paulo, e levem-no em segurança ao governador Félix”. 

25 O comandante escreveu uma carta nestes termos: 

26 Cláudio Lísias, ao Excelentíssimo Governador Félix, Saudações. 

27 Este homem foi preso pelos judeus, que estavam prestes a matá-lo quando eu, chegando com minhas tropas, o resgatei, pois soube que ele é cidadão romano. 

28 Querendo saber por que o estavam acusando, levei-o ao Sinédrio deles. 

29 Descobri que ele estava sendo acusado em questões acerca da lei deles, mas não havia contra ele nenhuma acusação que merecesse morte ou prisão. 

30 Quando fui informado de que estava sendo preparada uma cilada contra ele, enviei-o imediatamente a Vossa Excelência. Também ordenei que os seus acusadores apresentassem a Vossa Excelência aquilo que têm contra ele. 

31 Os soldados, cumprindo o seu dever, levaram Paulo durante a noite, e chegaram a Antipátride. 

32 No dia seguinte deixaram a cavalaria prosseguir com ele, e voltaram para a fortaleza. 

33 Quando a cavalaria chegou a Cesaréia, deu a carta ao governador e lhe entregou Paulo. 

34 O governador leu a carta e perguntou de que província era ele. Informado de que era da Cilícia, 

35 disse: “Ouvirei seu caso quando os seus acusadores chegarem aqui”. Então ordenou que Paulo fosse mantido sob custódia no palácio de Herodes. 

O comandante ao saber os planos dos judeus e ciente de sua missão de proteger o cidadão romano, chamado Paulo até que fosse julgado justamente, providenciou um pequeno exército para proteger Paulo e levá-lo até ao governador Félix. Eram 470 homens, quase a metade da guarnição do templo. Junto com essa escolta, ia uma carta ao governador explicando o que havia acontecido e informando a inocência de Paulo. Os soldados levaram Paulo à noite, atravessaram a parte mais perigosa da viagem, e quando chegaram na parte mais tranquila, a maioria volto para a fortaleza e um grupo menor seguiu com Paulo.   

Deus estava protegendo seu filho. A distância que percorreram de Jerusalém até Cesareia era de cerca de 100 km. Era comum os prisioneiros serem puxados à pé, mas Deus estava com Paulo e ele foi à cavalo. Protegido por um exército de 470 homens, sem dúvida, sem contar com o exército celestial que estava com ele. Deus não precisou de um milagre sobrenatural para cuidar de Paulo. Paulo chegaria a Roma, por onde passava pregava o Evangelho de Cristo, e agora fazia tudo isso sendo sustentado e protegido pela guarda romana. Deus dirigia sua vida e sua história. A prisão fazia parte do plano de Deus para o apostolo, mas ele devia continuar vivo.  

Meus irmãos, Jesus está conosco todos os dias de nossa vida. Ele pode frustrar planos daqueles que se levantam contra sua igreja e seu povo, para que o Evangelho continue a ser pregado. Precisamos, em todo momento, apenas confiar no Senhor e estar pronto a dar a nossa vida por ele. 

APLICAÇÕES: 

  1. Os homens podem fazer planos, mas é Deus quem decide o que acontece com seus servos. 
  1. Diante dos problemas que podem surgir em nossas vidas, enquanto queremos viver servindo ao Senhor, devemos estar seguros na direção de Deus. Ele está no controle. 
  1. Nossa missão de evangelizar, anunciar Cristo deve ser levada a cabo, custe o que custar. Mas podemos ficar tranquilos que nada nos acontecerá que não esteja antes nos planos de Deus. Ele cuida, protege, livra, salva, transforma, cura. Ele é Deus. Confiemos nele! E quando a morte chegar, estaremos tranquilos, pois nos encontraremos com ele.  

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