Filipenses 2.1-4 Comunhão na Igreja, uma fonte de alegria.

FILIPENSES 2.1-4

1 Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão,

2 completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.

3 Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos.

4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.

5. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus,

GRANDE IDEIA: A alegria do cristão será sempre com sua igreja viver em comunhão.

 

INTRODUÇÃO:

                Na semana passada, vimos que no final do capítulo 1 de Filipenses, Paulo nos levanta 3 placas de alerta para defendermos nossa fé: viver o que acreditamos, viver em comunhão e ação e viver por Jesus. No texto de hoje, Paulo desenvolve a ideia da comunhão na igreja. O assunto vai se estender mais à frente neste capítulo. Mas é importante notar a ligação entre os textos.

                Comunhão é um assunto por demais relevante na Bíblia. Jesus orando por nós, em João 17, deixou claro que ela é a comprovação de que Deus o enviou a este mundo. Paulo terminou o capítulo primeiro ensinando que a comunhão é ainda fator importante para a defesa da fé. Pois se todos estão juntos, todos são mais fortes.

A ideia bíblica do cordão de três dobras pode ser aproveitada aqui. Três dobras tornam o cordão mais forte. Três dobras indicam mais de um em unidade de propósito. Assim, comunhão não significa que todos somos iguais, mas unidade em meio à diversidade. Comunhão é unidade com propósito.

                É preciso lembrar que a comunhão não nasce do desejo humano, ela é uma obra de Deus, o que a igreja faz é lutar para manter essa comunhão. Por isso, quando falamos que um crente não está em comunhão com a igreja, não somente indicamos que ele está se ausentando das atividades ou dos cultos, mas também que ele está fora dos propósitos comuns do reino de Cristo, é neste caso, falta neste crente amor a Cristo, já que a igreja é sua noiva, é a sua parte visível na terra.

                O que Paulo nos ensina sobre comunhão neste texto? Como a igreja pode ser melhor e, de verdade, cumprir sua missão na sociedade?

Transição: Como podemos manter a unidade da Igreja? Vamos tentar responder a esta pergunta pensando em três fatores:

  1. FOCAR EM CRISTO COMO FONTE DA NOSSA UNIDADE. (1)

1 Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão,

2 completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.

                Antes de falar em prática, Paulo como sempre trabalha a doutrina. Uma boa doutrina nos conduz a uma adoração verdadeira, ao conhecimento da vontade de Deus, à obediência prática da sua vontade.

                Nosso verso começa com as palavras “se por estarmos em Cristo nós temos”. A fonte do que nós temos é Cristo. Ele é a base de tudo. As palavras que se seguem somente serão realidade se estivermos em Cristo. Estar em Cristo é tê-lo como Senhor da sua vida. Estar em Cristo é ser capaz de dizer que para você “o viver é Cristo é o morrer é lucro”.

                Mas o que acontece com quem está em Cristo?

  1. Ele tem motivação – Conhecer Jesus não é apenas saber sobre ele, mas ter relacionamento. Conhecer Jesus e conhece-lo pela própria experiência. Pela vivência diária e espiritual. Quando chegamos neste ponto, estamos em Cristo. E ele nos motiva.
  2. Ele tem Exortação de amor – Outra expressão importante. Antigamente muitos usavam a palavra exortação como uma repreensão dura. Mas a palavra fala de consolo e encorajamento. Fala de amar e de ter boa vontade até para com aqueles que nos odeiam.
  3. Ele tem comunhão no Espírito – Aqui a ideia é que não há divisões. Paulo está afirmando que se alguém está em Cristo ele não tem espírito faccioso. Ele não se deixa ser usado pelo diabo para causar problemas, dividindo a igreja em grupos que não se relacionam mais. Uma pessoa que não admite ser corrigida biblicamente, por exemplo, não tem essa comunhão no Espírito, pois suas atitudes são contenciosas. Ela vai tentar aborrecer pessoas, vai agir para colocar uns contra outros. Liderados contra líderes. Sem qualquer desejo sincero de provocar paz e união. O Espírito Santo é o princípio que une a igreja. Quando alguém provoca problemas e não tem vontade de resolvê-los por meio do perdão, indica uma vida onde o Espírito Santo não domina. O Espírito Santo está existe amor. Amor é fruto do Espírito.
  4. Ele tem profunda afeição e compaixão. Na sua Bíblia talvez esteja “alguns entranháveis afetos”. Os judeus diziam que a sede das emoções eram as entranhas. A ideia aqui é de se sensibilizar com as necessidades dos nossos irmãos. Compaixão significa sentir a dor do outro, ao vê-lo sofrer. E demonstrarmos preocupação uns com os outros. Boa parte dos nossos problemas na igreja diz respeito à falta de afetos e misericórdias.

                Após expor o acontece com quem está em Cristo, Paulo faz um pedido, o verso 2. “completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude”.

                As bases da unidade haviam sido apresentadas. Agora os irmãos filipenses que teriam que lutar contra perseguições, que receberam o privilégio não apenas de crerem em Cristo, mas de sofrerem por ele, agora poderiam alegrar o apóstolo e ao Senhor mantendo a comunhão. O que é comunhão para Paulo: mesmo modo de pensar, mesmo amor – o de Cristo, um só espírito, e uma só atitude. É, apesar das diferenças, nos unirmos nos propósitos.

                Por isso podemos afirmar que a alegria do cristão será sempre com sua igreja, viver em comunhão.

O segundo fator que Paulo nos apresenta para manter a unidade na igreja é:

  1. EVITAR OS PERIGOS CONTRA A UNIDADE.

3 Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos.

4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.

                Infelizmente, sempre existiu na igreja pessoas que trabalham pelas motivações erradas. Tais pessoas, muitas vezes, não demonstram um relacionamento maduro com Jesus e sua igreja. Estão como membros, mas não demonstram atitudes de pessoas que tem Jesus no coração e o conhecem de perto. Agem muitas vezes como crianças. E alguns casos, até como pessoas sem Cristo. Às vezes, pessoas por ambição egoísta, ou seja, o que fazem não é em benefício da igreja, mas de si mesmas. Existem pessoas que se apegam aos cargos, por exemplo, e não querem compartilhar esta oportunidade com outros. Precisam mostrar que são bons e manter outros na condição de inferiores. Louvo a Deus, porque há alguns anos decidimos acabar com os cargos em nossa igreja. Queremos que todos participem. Temos uma liderança serviçal, irmãos que apenas assumiram a função de organizar a participação de todos. Ainda temos muito a caminhar nisto, porque infelizmente, ainda há muitos dos irmãos que não compreenderam que o trabalho é que é importante e não a função. Então muitos continuam esperando a possibilidade de receber um título, um cargo, ao invés de se oferecerem para o serviço, como deve fazer o servo de Cristo, que deve imitar o seu Senhor.

                Para evitar este pensamento e ação perigosa, Paulo ensina que devemos ser humildes. Humildade é uma ordem a ser seguida pela igreja. Tiago 4.6 afirma que “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. Se há uma atitude e sentimento que deve marcar a vida do cristão é a humildade. Jesus ensinou isso em Mateus 11.29, quando afirmou que ele era “manso e humilde de coração”. Se Jesus era assim, o servo não pode ser maior que o seu Senhor.

                Paulo ainda insiste que devemos considerar os outros superiores a nós mesmos. Isto dá uma ideia de disposição em ser humilde, é uma atitude que nos leva a olhar os outros de forma a lhes dar honra e valor.

                A humildade é resultado de um correto conhecimento de Deus e de um correto conhecimento de si mesmo. Quando nos vemos em relação a Deus, entendemos nossa perspectiva em relação ao próximo. Não somos diferentes. Somos todos pecadores, alcançados pela graça, necessários uns aos outros.

                A igreja dos filipenses era formada de pessoas de todo tipo. Nesta igreja, por exemplo, estava Lídia, uma mulher judia que era muito rica; estava uma menina grega que era escrava; e também estava o carcereiro que era um oficial romano de classe média. Imagino que aqueles irmãos tinham que vencer preconceitos diversos, e estarem dispostos a amar uns aos outros para que a igreja não fosse envergonhada. Então, a esta igreja, e também a nós, Paulo ensina no verso 4, a que “Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros”. Com estas palavras, o apóstolo “Paulo não exige que eu negligencie as minhas coisas e somente me engaje a favor dos outros. Contudo, Paulo espera que o meu olhar de amor e preocupação também caia sobre as necessidades, dificuldades e aflições do irmão, e presume que ainda restem tempo, energia e capacidade em quantidade suficiente para mim.” (Hernandes Dias Lopes).

                Que vençamos os perigos da discriminação e preconceito. O irmão mais rico não é mais aceito por Deus por estar nesta condição. O irmão mais pobre não é diferente daquele que tem mais. Ambos são pecadores alcançados pela graça.

                Tanto o pobre quanto o rico precisam ser humildes e agirem em favor um do outro. Protegendo, amando, cuidando, orientado, consolando, ajudando uns aos outros.

                Evitamos os perigos contra a unidade da igreja cumprindo o grande mandamento: amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como um igual a nós.

               

CONCLUSÃO:

                Vamos conhecer um verdadeiro cristão quando ele ama a sua igreja. Esta é a prova cabal. Quem é de Jesus imita a Jesus. Então a alegria do cristão será sempre com sua igreja viver em comunhão. O verso 5, nos explica isto. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus. Por que a igreja é o corpo de Cristo, porque ela é a parte visível de Jesus neste mundo. Estar fora da igreja é, de certa forma, não viver em comunhão com Jesus. O desafio está lançado a você nesta noite. Que a sua atitude seja a mesma de Cristo! Amém.

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