Filipenses 1.3-11 ALEGRIA E GRATIDÃO

Filipenses 1.3-11

3 Agradeço a meu Deus toda vez que me lembro de vocês.

4 Em todas as minhas orações em favor de vocês, sempre oro com alegria

5 por causa da cooperação que vocês têm dado ao evangelho, desde o primeiro dia até agora.

6 Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.

7 É justo que eu assim me sinta a respeito de todos vocês, uma vez que os tenho em meu coração, pois, quer nas correntes que me prendem quer defendendo e confirmando o evangelho, todos vocês participam comigo da graça de Deus.

8 Deus é minha testemunha de como tenho saudade de todos vocês, com a profunda afeição de Cristo Jesus.

9 Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção,

10 para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo,

11 cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.

GRANDE IDEIA: ORAR COM GRATIDÃO ALEGRA O CORAÇÃO!

 

                Amir e Farid eram dois mercadores árabes muito amigos. Sempre viajavam juntos, cada qual com seus camelos, mercadorias, escravos e empregados.

Numa das viagens em que o calor se apresentava abrasador, pararam as margens de um grande rio. Farid resolveu tomar um banho e para isso mergulhou nas águas caudalosas. Fosse porque se distraísse ou porque não se apercebesse, acabou sendo arrastado pela correnteza do rio. Amir, pressentindo o risco que corria o amigo, atirou-se no rio e o salvou, embora com esforço. Muito agradecido, Farid chamou um dos seus escravos e lhe ordenou que escrevesse numa pedra próxima, em letras grandes e profundas: “aqui, com risco de perder sua própria vida, Amir salvou o seu amigo Farid.”

                A viagem prosseguiu. Os negócios se realizaram e no retorno, pararam no mesmo local para um descanso rápido. Começando a conversar, iniciaram uma discussão por divergência de opiniões. Com os ânimos acirrados, Amir esbofeteou Farid. Então Farid se aproximou da margem do rio, escolheu uma pequena vara e escreveu na areia: “aqui, por motivos tolos, Amir esbofeteou Farid.”

O escravo que escrevera na rocha a frase anterior, ficou intrigado e perguntou: “Senhor, quando fostes salvo, mandastes gravar o feito numa pedra. Agora escreveis na areia a ofensa recebida. Por que agis assim?” Farid largou a vara , olhou o escravo e respondeu: “Os atos de bondade, de amor e de abnegação devem ser gravados na rocha para que todos os que tiverem oportunidade de tomar conhecimento deles, procurem imita-los. Porém, quando recebermos uma ofensa, devemos escreve-la na areia, bem perto das águas, para que seja por elas levada. Assim procedendo, ninguém tomará conhecimento dela. E, acima de tudo, para que qualquer mágoa desapareça de pronto do nosso coração.”

                Nosso texto nos remete ao coração alegre e cheio de gratidão do apóstolo Paulo. Ele estava preso provavelmente em Roma. Parece que esta prisão não era tão simples, pois ele fala de correntes no verso 7. Com certeza, já havia passado por prisões antes, mas desta vez o sofrimento era maior. E o único motivo de sua prisão era a pregação do evangelho, não aceito pela maioria dos lugares por onde passava.

                Todos nós passamos por problemas diversos e muitos de nós tendem a reclamar da vida, das situações que nos encontramos. Mas, Paulo nos ensina que a alegria é uma decisão do coração e não está atrelada aos fatores externos. Em Cristo, podemos desfrutar de alegria verdadeira, pois ele é nossa fonte de alegria, e quando vivemos por Cristo, não dependemos de nada. Ele é nossa fonte e nossa motivação de alegria. A obra do evangelho é nossa única razão de existir, pois a realização desta obra glorifica a Cristo, que nos alegra.

                Mas a alegria de Paulo expressa no início da Carta está relacionada ao apoio que a igreja de Filipos estava dando ao apóstolo, tendo-o com seu missionário. Esta igreja estava sustentando Paulo financeiramente para que o evangelho continuasse a ser proclamado, estivesse Paulo nas ruas, ou mesmo na cadeia.

                Paulo, nas linhas que lemos, não esconde que sua alegria com a Igreja dos filipenses está baseada na sua gratidão. E o que acontece quando Paulo está alegre e grato a Deus pela vida dos irmãos? Ele ora. Suas orações são marcadas por alguns pontos relevantes. Vamos ver 3 motivos para a gratidão na oração:

  1. 1.ORAR PARA AGRADECER A PROVISÃO DE DEUS POR MEIO DA IGREJA PARA A OBRA MISSIONÁRIA

3 Agradeço a meu Deus toda vez que me lembro de vocês.

4 Em todas as minhas orações em favor de vocês, sempre oro com alegria

5 por causa da cooperação que vocês têm dado ao evangelho, desde o primeiro dia até agora.

                Uma das coisas importantes que Paulo deixa transparecer neste texto é que para ele a gratidão era algo constante. Não um sentimento que vai e vem dependendo das circunstâncias. Estar perto de Deus com constância fazia de Paulo um homem extremamente alegre. Cristo é a razão de sua alegria. Mas Cristo alegrava o coração do apóstolo por agir na vida de outros. Paulo era um missionário transcultural. Ele fez várias viagens missionárias levando o evangelho a várias nações, e aliás, é por este motivo que estava preso em Roma.

                No verso 3, Paulo se lembra dos irmãos em Filipos. Ele se lembra que como foi que o evangelho foi pregado por ele ali. Em Filipos, Paulo tinha sido também preso por pregar o evangelho, mas ainda assim, ali nasceu uma igreja forte e amorosa. E agora, ele estava se lembrando daquela igreja. Como ela foi boa para ele. Como ela o sustentou diversas vezes. A igreja de Filipos sustentou Paulo em Tessalônica (Fp 4.15,16), em Corinto (2Co) e em Roma (Fp 4.18). Era uma igreja envolvida com o seu missionário, que investia nele com ofertas e com orações. Ele afirma que (v.3) desde o primeiro dia, quando a igreja nasceu, até agora (ou seja) enquanto ele estava preso, aquele igreja cooperava com ele, sustentando-o no ministério.

                Para Paulo, as lembranças eram motivos para sua alegria, por isso eram motivos para orar e agradecer a Deus.

                Para muitas pessoas aqui hoje as lembranças podem trazer à tona experiências amargas. Sabemos que existem recordações que são duras, que nos causam dor. Mas aprendemos aqui que também existem boas lembranças. Mas que a melhor destas recordações é saber o que nos tornamos em Cristo e o que somos agora por causa dele. Somos seu povo, filhos de Deus por adoção. Somos os escolhidos, os amados de Deus. Também somos diariamente sustentados pelo Senhor. Podemos também, por meio da igreja, ser participantes da obra missionária sustentando pregadores no mundo inteiro. Nossas ofertas e orações precisam crescer constantemente em favor de nossos missionários. Aconteça o que acontecer, a alegria deles é Cristo e a nossa também. Aconteça o que acontecer, eles serão fortalecidos e sustentados por Cristo e isto se dará também com a nossa cooperação. Somos o corpo visível de Jesus neste mundo.

                Assim como os filipenses amaram a Paulo, precisamos amar aqueles a quem Deus tem separado para levar sua mensagem de esperança.

                Por meio da igreja, de nossa igreja também, Deus suprira as necessidades da sua obra. Os missionários se alegram como Paulo. Nós nos alegramos como os filipenses, sustentando a obra, orando, contribuindo, levando esperança a quem precisa. Isto te dá alegria? Somente um coração onde Cristo habita pode ter alegria em contribuir para sua obra. Você tem alegria? Cristo é sua alegria!  

  1. 2.ORAR PARA AGRADECER PELA SEGURANÇA DE SABER QUE DEUS ESTÁ NO CONTROLE DA SUA IGREJA.

6 Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.

7 É justo que eu assim me sinta a respeito de todos vocês, uma vez que os tenho em meu coração, pois, quer nas correntes que me prendem quer defendendo e confirmando o evangelho, todos vocês participam comigo da graça de Deus.

8 Deus é minha testemunha de como tenho saudade de todos vocês, com a profunda afeição de Cristo Jesus.

                Outro motivo de Paulo orar agradecendo a Deus pelos Filipenses era a segurança de saber que Deus controla todas as coisas, e portanto, é Deus quem controla sua igreja. No verso 6, Paulo afirma estar convencido que a boa obra começada será completada até o dia de Cristo Jesus. Com certeza, Paulo fala da salvação daqueles irmãos. O envolvimento missionário daquela igreja só pode ser entendido por que eles são, de fato, pessoas regeneradas, salvas por Cristo. E como a salvação é algo que vem de Deus e não dos homens, é um presente, um dom de Deus alcançado pela fé, Paulo confirma que foi Deus quem a começou e ele mesmo a completará até o dia em que Cristo nos levará para o céu.

                A confirmação de Paulo sobre a salvação daqueles irmãos era sua participação da graça de Deus. No verso 7, Paulo afirma que eles participavam com ele estivesse preso ou estivesse livre defendendo e confirmando o evangelho.

                Por isso, a uma igreja que demonstra sua salvação preocupando-se com a salvação de outros, Paulo afirma, eu tenho saudades com a profunda afeição de Cristo Jesus. (v.8) Sim, é Cristo nos ensina e nos motiva a amar.

                Quando uma igreja se preocupa em sustentar outros para que a obra de salvação continue a ser pregada, podemos crer, o Senhor está no controle desta igreja. Esta igreja está submetida a cumprir a vontade de Deus. Paulo enfatiza que teremos nossa salvação confirmada no dia de Cristo, no dia da nossa glorificação. No dia que nos encontraremos com o Senhor e com ele viveremos para sempre.

                Quem vive esta esperança do céu, da eternidade com Cristo, sabe que nada neste mundo pode roubar-lhe esta alegria. Nem mesmo a dor, o sofrimento, as decepções, as traições, nada nos rouba esta alegria. Um dia estaremos com Cristo em glória eterna.

                Esta garantia não se dá pelas obras humanas, ele é obra exclusiva de Deus.

Paulo repreendeu os irmãos Gálatas, que achavam que a salvação, embora tivesse inicio em Cristo e fosse obra de Deus podia ser depois conquistada pelos seus próprios esforços. Vejam em Gálatas 3.3 “Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?”.

                Deus está no controle. Nada que nos aconteça impedirá Deus de cumprir em nós a boa obra de salvação que ele um dia começou! Precisamos pregar esta verdade a outros. Amém?!

               

               

  1. 3.ORAR PARA AGRADECER PELOS RESULTADOS QUE O AMOR DE CRISTO GERA NO CORAÇÃO DA IGREJA.

9 Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção,

10 para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo,

11 cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.

                Paulo ainda demonstra sua alegria orando e agradecendo a Deus porque o amor de Cristo na vida, no coração da Igreja de Filipos produzia frutos poderosos. Sempre houve em Paulo um profundo interesse para que os crentes tivessem desenvolvimento espiritual. Ele então ora para que o amor deles aumentasse. Todos nós sabemos que o amor é assunto da Bíblia. O amor de Deus pelos homens e dos homens a Deus é o assunto principal do cristianismo. 1 João 4, nos afirma não somente que Deus ama, mas que Ele é amor. E que qualquer que tenha nascido de Deus também amará a Deus e ao próximo.

                Para Paulo, amar a igreja de Filipenses era também orar por ela. Mas o amor deles devia crescer, aumentar mais e mais, de forma contínua. É deixar Deus agir no seu coração de forma completa, dinâmica. O amor que aumenta em conhecimento e percepção ou discernimento, é um amor nascido em nosso coração da parte de Deus e baseado na sua revelação bíblica, na sabedoria do temor a Deus.

                Nosso mundo, usando a palavra amor, está agindo de forma a evidenciar comportamentos pecaminosos e tolerância ao pecado. Não podemos concordar com isso, pois a Bíblia nos ensina que o amor deve aumentar, mas com conhecimento e discernimento bíblico.

                No verso 10, Paulo explica que este amor bíblico, com base no que ensina a Palavra de Deus, irá nos ajudar a fazer escolhas certas com o objetivo de nos apresentarmos puros e irrepreensíveis quando Cristo nos levar para a eternidade. Estas palavras são sérias e importantes. Num tempo em que vigora a perversidade sexual, o homossexualismo, a pedofilia, e tantas outras aberrações; num tempo em que a sociedade quer desconstruir a palavra de Deus para torna-la ridícula, inventando um monte de mentiras sobre ela. Neste tempo, precisamos do conceito bíblico correto de amor, de pureza, que nos torne irrepreensíveis neste mundo, ou seja, pessoas que não possam ser repreendidas, e Paulo ainda insiste que esta condição deve se dar até o dia em que formos para o céu. Temos diante de nós uma missão a cumprir, um desafio a ser vencido.

                Mas amar de modo bíblico, será possível apenas em Cristo. Ele é nossa razão de ser, nossa razão de existir. Nele nós vivemos, nos movemos e existimos.

Com o amor de Cristo, amaremos a Deus e ao próximo do jeito certo, e produziremos frutos, mas fruto que vem por meio de Jesus. Jamais pela força, filosofia, inteligência, enfim, jamais pela capacidade humana. Única e exclusivamente por meio de Cristo, o que gera glória e louvor a Deus Pai.

CONCLUSÃO:

                Orar com gratidão alegra o coração! Como Paulo oremos agradecendo a Deus pela provisão de Deus para que sua igreja cumpra a missão de evangelizar o mundo; oremos com gratidão sabendo que Ele está no controle da igreja, da minha e da sua vida, oremos com gratidão pelos resultados que o amor de Cristo gera no coração de sua igreja.

                Quer ter alegria mesmo em meio a dor? Ore com gratidão a Deus. Isto alegrará o seu coração! Nossa alegria vem do Senhor. Nossa alegria é o Senhor.

                Deus nos abençoe.

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