CONHECIMENTO É PODER!
2 PEDRO 2.1-4
1 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, àqueles que, mediante a justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, receberam conosco uma fé igualmente valiosa:
2 Graça e paz lhes sejam multiplicadas, pelo pleno conhecimento de Deus e de Jesus, o nosso Senhor.
3 Seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude.
4 Por intermédio destas ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça.
Grande Ideia: O conhecimento de Cristo nos conduz a fé, graça, poder e promessas de Deus.
INTRODUÇÃO
Há uma expressão latina que diz: “Scientia potentia est”, a tradução seria: Conhecimento é poder. Não se sabe realmente quem é o autor da frase, mas encontramos um verso na Bíblia que apresenta a mesma ideia, e está em Provérbios 24.5, onde lemos: “5 O homem sábio é poderoso, e quem tem conhecimento aumenta a sua força”.
Em suma, ao longo da história tem-se defendido que por meio da educação, da busca pelo conhecimento, é possível transformar a nossa vida e a vida da sociedade. Mas o fato bíblico é que não é qualquer conhecimento que transforma a vida. Salomão entendeu isso bem depressa e quando assumiu o reinado pediu a Deus sabedoria e lugar de riquezas. E foi ele que escreveu em Prov que a o temor do Senhor é o princípio da sabedoria.
Pedro agora orienta a igreja que o conhecimento que transforma é o conhecimento de Cristo e sua Santa Palavra. E, nesta carta, Pedro está disposto a investir na vida de seus leitores, dando-lhe estas palavras finais: conheçam a Cristo, cresçam neste conhecimento, pois este conhecimento de Cristo, produz 4 elementos indispensáveis à vida. A saber:
1. Conhecimento de Cristo produz fé!
1 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, àqueles que, mediante a justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, receberam conosco uma fé igualmente valiosa:
Há muito que se pode dizer a respeito desse primeiro verso. Pedro está começando sua carta e o faz de modo padrão. Ele se identifica, ele identifica quem serão os destinatários da carta, e ele apresenta sua saudação inicial.
Ele começa afirmando que é Simão Pedro. Quero abrir um parênteses aqui para explicar a importância do nome. Alguns estudiosos admitem que os hebreus gostavam de ouvir seu nome original, ou seja, tudo indica que os destinatários poderiam incluir crentes judeus e não apenas gentios. Outra coisa importante aqui é que Simão também inclui o nome que Jesus lhe deu, e o nome Pedro em aramaico é Cefas. Fechando o parênteses, vemos que Pedro se identifica como servo e apóstolo. Parece que Pedro está afirmando que reconhece em Cristo, aquele que o comprou da escravidão do pecado para si mesmo. Agora, embora livre do pecado, Pedro se reconhece, por livre e espontânea vontade, como escravo de Cristo, alguém que a Cristo se submete. Além disso, ele se apresenta como apóstolo, a palavra significa um mensageiro enviado com ordens para cumprir. O termo foi dado a Jesus apenas aos 12 e a Paulo, eles foram pessoas chamadas pessoalmente por Jesus e que testemunharam da sua ressurreição. Em 2 Cor 12.2, Paulo diz que as credenciais de um apóstolo eram sinais, maravilhas e milagres. Hoje em dia não existem mais apóstolos, quem se utiliza deste título está em desobediência à Bíblia.
O texto continua, e Pedro agora mostra quem são seus destinatários, ele não diz os nomes ou a região, porque já disse isso em 1 Pedro 1.1 “estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Ásia e Bitínia”. Mas há algo que se destaca aqui. Pedro não está preocupado com a localização dos irmãos, mas em quem eles são em Cristo, eram pessoas que haviam alcançado uma fé preciosa pela justiça do nosso Deus salvador Jesus Cristo.
Observe essa frase. Pedro afirma que a fé é um presente de Deus. Em Efésios 2.8,9, Paulo também disse que “somos salvos pela graça, por meio da fé, e que isto não vem de nós, é dom (presente) de Deus”. A fé não é uma conquista humana, é uma ação de Deus. Por isso precisamos tanto orar pedindo ao Senhor que intervenha nos corações. Pastor Thomas Akins, afirmava que “não existe coração duro demais para o Espírito Santo”.
Mas chama a atenção que Pedro tenha dito que a fé dos irmãos era igual à dele. “fé igualmente valiosa/preciosa”. A fé dos apóstolos é a mesma fé que nasce no coração dos crentes. Isso nos coloca em igualdade de posição diante de Deus. A validade da nossa fé não está em nossos cargos na igreja, em nossa posição de autoridade, ou na nossa capacidade de servir, mas sim e unicamente, na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo.
Por isso, precisamos conhecer a Cristo. Dependemos dele para que tenhamos fé.
Você não é diferente de mim, ou mesmo do apóstolo Pedro, no quesito fé. Temos funções diferentes a desempenhar na igreja, mas sua fé, minha fé, a fé dos apóstolos tem a mesma origem e o mesmo valor.
O texto segue e nos apresenta outro importante elemento.
2. Conhecimento de Cristo conduz à graça e à paz.
2 Graça e paz lhes sejam multiplicadas, pelo pleno conhecimento de Deus e de Jesus, o nosso Senhor.
Pode parecer apenas uma saudação comum na igreja primitiva, mas creio que vai mais longe que isso. A paz é resultado da graça de Cristo sobre nós. De certo modo, podemos afirmar que a graça é a causa e a paz é a consequência da graça. Mas o que significam essas duas palavras?
Graça é Deus agindo em favor de pecadores que nada merecem, salvando-os em Cristo. A paz é a condição daquela pessoa que foi regenerada, aceita por Deus, por meio da obra de salvação de Jesus Cristo. Nas palavras de Pedro, há o sincero desejo de que a graça e a paz fossem aumentadas de forma abundante sobre a igreja. Mas como isso aconteceria? Ele explica que o aumento da graça, da ação de Deus sobre a igreja e a consequente paz no coração viria do pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor.
O que Pedro está dizendo é que o conhecimento de Deus e de Jesus tem que ser mais do que simplesmente intelectual. Não é apenas saber coisas em um livro. Mas também experimentar esse Deus e Cristo no coração, nas experiências da vida. Quando estudamos a Bíblia vamos adquirindo informações sobre quem Deus é como, como ele pensa e age. Então vamos orando e nos submetendo aos princípios da Bíblia. O resultado é que vamos experimentando na prática um relacionamento com Deus. São orações respondidas, problemas evitados, socorro em meio à angústia, paz em meio às tribulações.
Conhecer a Deus apenas é possível pelo conhecimento de Cristo! Quem ainda não creu em Jesus, quem não o experimenta pela fé não sabe nada sobre Deus. Hebreus 1.3 afirmou que Jesus é a expressão exata do ser de Deus. Ele é sua revelação perfeita, dispensando todas as outras revelações. Em Cristo temos tudo que precisamos. Como disse Jesus em João 14.6 “Ele é o caminho, e a verdade e a vida e ninguém consegue chegar a Deus Pai sem ele”.
3. O conhecimento de Cristo conduz ao poder.
3 Seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude.
Pedro continua, no verso 3, mostrando que o poder de Deus já nos deu todas as coisas. O poder de Deus é suficiente para nós. Não temos carências quando experimentamos o poder de Deus em nossas vidas. O poder de Deus nos deu tudo que necessitamos para viver uma vida que agrada a ele. Quando conhecemos a Cristo, todas as nossas carências e necessidades para a vida espiritual são supridas. Temos condições espirituais de sermos pessoas melhores, de cumprir ou fazer ao máximo a vontade de Deus.
Deus nos salvou do pecado para que vivamos uma vida santa. Há propósito na salvação que Deus nos outorgou em Cristo. Mas, depois de salvos, não ficamos como crianças desamparadas. Deus nos deu o seu poder para que tenhamos condições de realizar sua vontade, de viver uma vida santa.
No mundo existe uma seita filosófica, chamada, gnosticismo, que ensina que o homem pode alcançar o conhecimento de Deus pelo conhecimento esotérico. Mas Pedro diz que não, o conhecimento pleno de Deus se dá pelo conhecimento pleno de Cristo. Cristo nos chamou para sua glória e virtude, ou seja, ele nos chamou para vivenciarmos sua pessoa (glória) e para vivermos na excelência moral que ele vivia (virtude).
Você pode conhecer a Deus por meio da fé em Cristo, por meio de um conhecimento de quem experimenta Jesus na própria vida. Você pode se livrar de ansiedades, depressões, pecados, medos, apenas experienciando Cristo em tudo que pensa, fala e faz. Ele é suficiente. Seu poder nos é suficiente. Você tem em Cristo e sua Palavra tudo que precisa para ser um crente por excelência. Não aceite menos que isso. Não fique para traz. Estude a Bíblia e ore. Confie no Senhor em todos os momentos de sua vida. Experimente soluções incríveis na sua convivência com Cristo todos os dias. Você já recebeu o poder de Deus. Por meio da sua fé em Jesus Cristo, da sua salvação, você tem tudo que precisa.
4. O conhecimento de Deus nos conduz à suas promessas.
4 Por intermédio destas ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça.
Pedro terminou o verso 3, afirmando que Cristo nos chamou para sua própria glória e virtude. Agora no verso 4, ele afirma que é por intermédio desta glória e virtude que ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas. Vejam que, para o apóstolo, as promessas de Deus não são algo comuns. São grandiosas e valiosas. Meus queridos, Deus é recompensador. Embora a vida cristã seja marcada por lutas contra o pecado e contra satanás, ela não é uma vida sem recompensa. Deus nos abençoa nesta luta. Temos grandiosas e valiosas promessas. E quem faz essas promessas, diz a Bíblia, é fiel para cumprir todas elas.
Mas é preciso perguntar? Quais são essas promessas? Se referem a questões materiais? A dinheiro?
Basta seguir o texto, e perceber que essas promessas são as que estão relacionadas a nos tornar participantes da natureza divina e nos capacitar a fugir da corrupção pecaminosa que existe no mundo.
Pastor Hernandes Dias Lopes afirmou que “Deus nos resgatou de uma grande condenação para uma grande salvação”. As promessas de Deus têm se cumprido em nós. Ele nos fez seus filhos, por meio de Cristo (João 1.12). Nossa vida está escondida em Cristo. Somos, como afirmou Paulo em Rm 8, herdeiros com Cristo, da vida eterna. O céu é o nosso destino! O céu será a nossa morada! Somos agora semelhantes a Cristo, e vamos desfrutar da intimidade com Deus, como filhos restaurados à sua imagem e semelhança.
Mas ser filho de Deus traz também uma missão clara. Escapar, fugir, sair fora, da corrupção que há no mundo. Sim, ser participante da natureza de Cristo é tornar-se santo como ele é. É afastar-se do pecado! É combater contra tudo que fere a dignidade, a glória de Deus. Pedro ensina que o pecado, a corrupção é causada pela cobiça, pelo desejo desenfreado.
A cobiça mereceria um estudo à parte. Ela traduz uma palavra grega que significa desejo pelo que é proibido, luxúria, paixões. Ela revela que o coração pecaminoso, não governado por Cristo, tende a pensar em si mesmo e na sua satisfação acima dos interesses dos outros ou do próprio Deus. A cobiça mostra alguém que desejará ser feliz a todo custo, ainda que custe a infelicidade dos outros.
As promessas de Deus de nos tornar participantes da sua natureza, por meio da glória (presença pessoal) e virtude (excelência moral) de Cristo, é para nos retirar de todo pecado, da prática dele, é para transformar nossas vidas.
Conclusão:
O conhecimento de Cristo nos conduz a fé, graça, poder e promessas de Deus.
Queridos irmãos, vocês receberam um presente de Deus que é a fé que os conduziu à salvação, quando creram em Jesus Cristo.
Agora, lembrem-se:
- A fé é valiosa – façam tudo para guarda-la e desenvolvê-la.
- Deus te ama. Ele tem aumentado sua graça para gerar paz em seu coração e vida.
- Pelo poder de Deus, você tem tudo que precisa para ser puro e santo.
- Deus capacita você para usufruir das suas promessas de iguais a Cristo.