Atos 7.1-16: ESTEVÃO E O DEUS ONIPRESENTE E GRACIOSO

Atos 7.1-16: ESTEVÃO E O DEUS ONIPRESENTE E GRACIOSO 

Grande Ideia: Deus não está restrito a uma localidade e age soberanamente por sua graça. 

INTRODUÇÃO: 

Estamos retornando às nossas reflexões no livro de Atos, depois de alguns meses parados, por causa da pandemia. Mas agora, na medida que vamos retomando nossas atividades, vamos voltar a pensar nesse maravilhoso livro que registra a história inicial da Igreja de Jesus neste mundo. 

A fim de nos contextualizarmos do que está acontecendo neste capítulo 7, precisamos pensar no que foi registrado nos capítulos anteriores. Em Atos 1, somos informados que Jesus após ser elevado aos céus, deu ordens aos discípulos que ficassem em Jerusalém para receberem o Espírito Santo e terem condições de testemunhar de Cristo até aos confins da terra. Eles obedeceram e se reuniam para orar todos os dias. Escolheram Matias para substituir Judas Iscariotes. No cap. 2, o Espírito Santo veio no dia da tradicional festa de pentecostes e o Evangelho começou a ser pregado. Pedro pregou à multidão na festa e quase 3 mil pessoas se converteram. No capítulo 3 e 4, Pedro curou um aleijado na porta do templo, e depois aproveitou a multidão para pregar novamente. O número de convertidos chegou a quase 5 mil. Mas também começou a perseguição, pois as autoridades judaicas os prenderam e começaram a fazer ameaças. Quando foram soltos, eles oraram pedindo poder do espírito para continuar a pregar com ousadia. O povo então fica cada vez mais unido. Começam a fazer doações à igreja para que ninguém passasse necessidade. No capítulo 5, Ananias e Safira morrem por mentir uma santidade que não tinham e isso gerou temor nas pessoas, fazendo com que a igreja ganhasse em qualidade e poder. O resultado é mais conversões e mais perseguição. Agora são ameaçados e açoitados. Mas são soltos novamente. No capítulo 6, a igreja começa a organizar a distribuição de alimentos e escolhe 6 homens qualificados moral e espiritualmente para este trabalho. Entre eles está Estevão. Um homem cheio do Espírito, de sabedoria, graça e poder. Deus começa a usar Estevão para fazer sinais e prodígios. Alguns homens começaram a discutir com ele, mas sempre perdiam a discussão, pois Estevão falava sob o poder do Espírito Santo. Tomados de ódio, subornaram alguns homens para caluniar Estevão de blasfemar contra Moisés e Deus. Estevão foi preso por isso. E diante do Sinédrio, o acusaram de falar contra a Lei de Moisés e contra o lugar santo, o templo. 

O capítulo 6 termina dizendo: “14 Nós o ouvimos dizer que esse Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos deu. 15 Todos os que estavam sentados no Sinédrio, fitando os olhos em Estêvão, viram o seu rosto como se fosse rosto de anjo”. Embora fosse acusado de falar contra Moisés, Deus agiu em Estevão diante dos membros do Sinédrio, fazendo seu rosto resplandecer, como acontecerá com Moisés quando recebeu as tábuas da Lei. É como se Deus o defendesse dizendo: vocês dizem que ele é contra Moisés, mas eu digo que ele é igual a Moisés. Entramos então no capítulo 7, onde Estevão começa sua defesa diante do Sinédrio. Vamos estudar apenas até o verso 16. Nos próximos domingos, falaremos do restante do discurso dele. Vamos ler, então, essa primeira parte da defesa de Estevão. Hoje, diferente do temos feito nas outras pregações, iremos ler e comentar o texto à medida que lemos. 

Atos 7.1-16 

1 Então o sumo sacerdote perguntou a Estêvão: — Isso de fato é assim?  

Comentário: Lembrem-se de que Estevão está diante do equivalente ao Supremo Tribunal dos Judeus, o Sinédrio. Esse mesmo tribunal, causou a prisão e morte de Jesus Cristo na cruz do calvário. Eles tinham poder para prender, torturar e matar. Como também declará-lo inocente. A acusação contra Estevão lembrava a acusação contra Jesus e o método de pessoas recebendo propina para inventar acusações contra ele, também foi utilizado contra Jesus. Aqui temos uma prova do perigo das fake News partindo de um sistema corrompido. Seguindo no texto: 

2 Estêvão respondeu: — Irmãos e pais, escutem. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quando este estava na Mesopotâmia, antes de morar em Harã,  

3 e lhe disse: “Saia da sua terra e do meio da sua parentela e vá para a terra que eu lhe mostrarei.”  

4 Então Abraão saiu da terra dos caldeus e foi morar em Harã. E dali, com a morte de seu pai, Deus o trouxe para esta terra em que vocês agora estão morando.  

5 Nela, não lhe deu herança, nem sequer o espaço de um pé; mas prometeu dar-lhe a posse dela e, depois dele, à sua descendência, embora Abraão ainda não tivesse filhos.  

6 E Deus falou que a descendência dele seria peregrina em terra estrangeira, onde seriam escravizados e maltratados durante quatrocentos anos.  

7 — Deus disse ainda: “Castigarei a nação da qual forem escravos; e, depois disso, sairão daí e me servirão neste lugar.”  

8 Então lhe deu a aliança da circuncisão. Assim, Abraão gerou Isaque e o circuncidou no oitavo dia; e Isaque gerou Jacó, e Jacó gerou os doze patriarcas.  

1. DEUS NÃO ESTÁ RESTRITO A UMA LOCALIDADE, ELE É ONIPRESENTE E SOBERANO. 

Comentário: Uma das acusações contra Estevão é de que ele estava falando contra o local santo. Uma expressão para se referir ao templo que estava em Jerusalém. Mas ao começar sua defesa se referindo ao chamado de Abrão por Deus, quando Israel ainda nem existia, em terras longínquas (Mesopotâmia, Ur dos Caldeus – a região do atual Iraque) e ao mostrar que depois de anos, Deus o levou para Harã, e depois pela região de Canaã, Estevão nos apresenta o Deus onipresente, que  não está restrito a uma localidade. A conversa de Deus com Abraão incluiu uma descendência, quando Abrão não tinha filhos e até mesmo a promessa de que a descendência dele seria escravizada por 400 anos no Egito e depois seria liberta e o Egito castigado. E para selar as promessas, Deus lhe deu o sinal da circuncisão e ele fez isso em todos os seus filhos, os descendentes da promessa, começando por Isaque. 

I. Devemos observar que os pontos que os judeus gostavam de se apegar eram de terem o local santo, o templo, e de serem circuncidados. Eles agora acusavam Estevão de andar contra a lei de Moisés e de falar mal do local santo, mas Estevão mostra que Deus não está preso. Ele agiu em Abrão fora da região em que eles habitavam no momento. Além disso, a circuncisão, a marca do judaísmo, foi dada antes da lei de Moisés. Noutras palavras, eles estavam entendendo tudo errado. Paulo lutou contra os judaizantes durante todo seu ministério. Eles queriam que os crentes em Cristo fossem circuncidados. Então Paulo diz que a circuncisão que vale para Deus é a do coração e não a da carne. Ou seja, é a prova interna de que alguém é de Cristo e não a externa que importa. Por isso, não deviam se apegar ao templo, mas ao Deus do Templo, ao Senhor onipresente e soberano. Ao Deus gracioso que havia dado seu filho para morrer pelos nossos pecados e perdoar a todos que se arrependessem e cressem. 

A. Nestes dias de pandemia, estávamos impedidos de utilizar o templo para cultuar juntos. Hoje o fazemos, mas ainda de forma restrita. Mas nosso desejo de estar aqui deve ser pela comunhão com os demais irmãos, pelo desejo de celebrar juntos ao soberano, onipresente e gracioso Deus e pai de nosso salvador e senhor Jesus Cristo. Não desejamos estar no templo porque ele tem poder, ou é um local onde Deus só pode agir dentro dessas paredes. De forma alguma. Aprendemos que Deus é maior do que o planeta, e já havia avisado a Salomão que não habitava templos feitos por mãos de homens. O templo que Deus habita é a vida daquele que, arrependido, crê no seu filho amado, Jesus Cristo. O culto pressupõe a reunião de todos em algum lugar. Usamos o templo para facilitar essa reunião e por isso desejamos tanto estar aqui. Mas Deus não está preso ao culto para agir. Ele é maior do que o que acontece no templo. Ele é onipresente. Ele age em poder, graça e misericórdia em todo aquele que invocar o seu nome, se render como servo de Cristo e, por gratidão pela salvação em Jesus, buscar obedecer à sua vontade.  

Mas, voltemos ao texto bíblico. Recomeçando do verso 8. 

8 Então lhe deu a aliança da circuncisão. Assim, Abraão gerou Isaque e o circuncidou no oitavo dia; e Isaque gerou Jacó, e Jacó gerou os doze patriarcas.  

9 — Os patriarcas, invejosos de José, venderam-no para ser levado para o Egito. Mas Deus estava com ele  

10 e o livrou de todas as suas aflições, concedendo-lhe também graça e sabedoria diante de Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador daquela nação e de toda a casa real.  

11 Depois houve fome e grande sofrimento em todo o Egito e em Canaã, e nossos pais não achavam o que comer.  

12 Mas, quando Jacó ouviu que no Egito havia trigo, mandou, pela primeira vez, os nossos pais até lá.  

13 Na segunda vez, José se fez reconhecer pelos seus irmãos, e o Faraó veio a conhecer a família de José.  

14 Então José mandou chamar Jacó, seu pai, e toda a sua parentela, isto é, setenta e cinco pessoas.  

15 Jacó foi para o Egito, e ali morreu ele e também os nossos pais.  

16 Depois eles foram transportados para Siquém e postos no túmulo que Abraão tinha comprado dos filhos de Hamor, em Siquém, pagando um certo preço. 

2. DEUS AGE, PELA SUA GRAÇA, TRANSFORMANDO PROBLEMAS EM BÊNÇÃO! 

E. Estevão faz um resumo da história da redenção. De que como Deus escolheu um homem para dele fazer um povo, do qual viria o nosso redentor, o Senhor Jesus Cristo. Estevão investe um pouco mais de tempo na história de José. Aqui, no verso 9, começa a primeira rejeição dos filhos de Israel à alguém que Deus está usando. Estevão descreve os patriarcas, os formadores da nação de invejosos. Aqueles homens venderam o próprio irmão como escravo e mentiram ao próprio pai, dizendo que ele havia sido morto por alguma fera. José tinha cerca de 17 anos quando passou por isso. Estava terminando sua adolescência. Mas era temente a Deus e o texto afirma que Deus estava com ele e o livrou de todas as suas aflições. 

Quando olhamos para Gênesis 45.5-8 vemos uma descrição maravilhosa das palavras de José quando se fez reconhecer aos seus irmãos, cerca de 13 anos após ser vendido como escravo, e agora na condição de governador do Egito. Vejam suas palavras. “5 Agora, pois, não fiquem tristes nem irritados contra vocês mesmos por terem me vendido para cá, porque foi para a preservação da vida que Deus me enviou adiante de vocês. 6 Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita. 7 Deus me enviou adiante de vocês, para que fosse conservado para vocês um remanescente na terra e para que a vida de vocês fosse salva por meio de um grande livramento. 8 Assim, não foram vocês que me enviaram para cá, e sim Deus, que fez de mim como que um pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito”

Apesar de todo o sofrimento que passou: ficar longe de seus pais e irmãos, trabalhar como escravo, sofrer assédio sexual e ser preso injustamente e ser esquecido na cadeia por quem ele havia ajudado; agora Deus havia colocado José como conselheiro do rei e como governador da nação. E ele tem consciência, estou aqui para uma missão – Preservar vidas. Salvá-las da fome. Deus trouxe para isso. 

I. A história de José pode ser vista como uma ilustração da história de Jesus Cristo, que também foi traído e rejeitado por inveja pelos seus irmãos judeus, também foi vendido por 30 moedas de prata (o preço pago por um escravo que fosse morto – conf. Êx. 21.32).  Também sofreu. E todo seu sofrimento e morte foi para preservar vidas, para salvá-las, livrando-as da condenação ao inferno, da fome espiritual, da escravidão do pecado, da morte eterna, dando vida eterna, a todos que se arrependerem de seus pecados e crerem em Jesus como salvador e senhor. 

A. Aqui temos Deus agindo em sua graça e transformando a história de José, bem como salvando sua família e toda a população do Egito. Estevão quer que o Sinédrio compreenda isso e veja tal situação em Jesus. Ao invés de rejeitar a Cristo, eles deviam compreender sua missão e crer nele. Mas sabemos que a dureza de seus corações era tanta que acabaram matando a Estevão por lhe pregar o Evangelho.  

Qual deve ser a sua reação diante das verdades da Palavra de Deus e daqueles que lhe pregam essa palavra? Será que você também não tem rejeitado tanto a Palavra quanto os pregadores? Deus transformou o sofrimento de José em bênção para muitos. Deus enviou seu filho Jesus, e transformou a sua morte e ressurreição em oportunidade de salvação e vida eterna para que nele crê. 

Deus que agir em meio ao seu sofrimento e lhe trazer vida e esperança, transformando seu sofrimento em bênção. Sua dor em vida!  

Conclusão: 

Lembre-se Deus não está restrito a uma localidade. Ele é onipresente. Ele está com você, como esteve com José, aonde quer que você vá ou esteja. Ainda que sofras, Deus está ali, com você, do seu lado. Ele transforma dor e sofrimento em oportunidades de salvação, restauração, de vida eterna para outros. Deixe Deus usar sua história de vida e fé para ajudar pessoas a conhecerem a Cristo. Mas seja fiel ao Senhor. Sofra, mas confie no seu cuidado. 

E se você que nos assiste, ainda não tem Jesus. Essa é a sua oportunidade. Creia nele. 

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