Atos 6.8-15 – O DISCÍPULO DE CRISTO E A OPOSIÇÃO À FÉ CRISTÃ

Atos 6.8-15

8 Estêvão, cheio de graça e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.

9 Então alguns dos que eram da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilícia e da província da Ásia se levantaram e discutiam com Estêvão.

10 Mas eles não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava.  Ex 4:12; Is 54:17; Lc 21:15;

11 Então subornaram alguns homens para que dissessem: — Ouvimos este homem proferir blasfêmias contra Moisés e contra Deus.  Mt 26:59;

12 Atiçaram o povo, os anciãos e os escribas e, investindo contra Estêvão, o agarraram e levaram ao Sinédrio.

13 Apresentaram testemunhas falsas, que disseram: — Este homem não para de falar contra o lugar santo e contra a lei.

14 Nós o ouvimos dizer que esse Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos deu.

15 Todos os que estavam sentados no Sinédrio, fitando os olhos em Estêvão, viram o seu rosto como se fosse rosto de anjo.

INTRODUÇÃO:

                Quando lemos a Bíblia e ouvimos falar das perseguições aos cristãos, as vezes não temos uma noção exata do que acontecia. Nossa mente não consegue imaginar tudo o que sofreram. Mas a perseguição à igreja nunca parou na história. Ela está acontecendo ainda hoje. E não é somente em outros países. Ela está aqui mesmo, em nosso Brasil. (slaids com manchetes de jornais sobre igrejas cristãs atacadas no Brasil). Apocalipse foi escrito para mostrar a glória de Deus e o que está reservado para os cristãos. No entanto, naquele livro, temos a certeza de que a perseguição vai acontecer até nossa partida para a eternidade.

                Desde sua origem em Jerusalém, como resultado da morte e ressurreição de Jesus registrados nos Evangelhos e com a assunção de Jesus e o comissionamento dos discípulos, selados e dotados de poder com a descida do Espírito Santo registrado em Atos, a igreja tem sido perseguida e vitimada com maus tratos e a morte ao longo da história. Isto se dá em função do conteúdo da mensagem cristã, que se torna ofensiva e compete com as exigências do Estado e da sociedade escravizada ao pecado.

                Se voltarmos nossos olhos para os capítulos iniciais de Atos, perceberemos que as autoridades judaicas civis e religiosas perseguiram a igreja, por que foram os responsáveis pela crucificação de Jesus, e agora, a pregação dos apóstolos sobre o Cristo ressuscitado, precisava afirmar sua morte na cruz e a participação dos judeus nisso. Tudo era plano de Deus é claro, pois a morte de Jesus na cruz era necessária para nossa salvação, por isso mesmo, o convite ao arrependimento e a disponibilidade de salvação era anunciada a todo o povo, incluindo àqueles que mataram a Jesus. Mas eles continuaram rejeitando a Cristo; rejeitavam crer na realidade de sua ressurreição e o rejeitavam como o Cristo/Messias, enviado por Deus. Mas como parar a igreja? Ela crescia milagrosamente rápido. Tentaram prendendo e ameaçando os apóstolos. Mas eles se sentiam felizes com isto, eram gratos a Deus por julgá-los dignos de sofrerem pelo nome de Jesus. Então, agora, nos capítulos 6 e 7, temos um marco histórico, um momento em que o primeiro crente em Jesus é morto em função de sua fé e da pregação das Escrituras.

                Hoje, vamos pensar na primeira parte deste relato sobre Estevão fazendo dois destaques: Estevão e o Povo Judeu da sinagoga e do sinédrio.  Há lições importantes aqui. Vamos a elas

  1. Estevão – características de um discípulo comprometido com sua fé.

8 Estêvão, cheio de graça e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.

                Estevão aparece no início do capítulo 6 entre os 7 homens escolhidos pela igreja para servirem na distribuição diária de alimentos. Para estar naquela lista, ele precisava ter algumas características necessárias para a função, conforme encontramos em 6.3: Boa reputação; cheio do Espírito Santo e cheio de sabedoria. Para além disso, Lucas, autor do livro, registra no capítulo 6.5 e 6.8 que Estevão também era cheio de fé (graça) e de poder.

                A condição de Estevão era tal que Deus lhe concedeu o privilégio de fazer aquilo que, até agora, apenas os apóstolos faziam. Deus tinha planos para Estevão. Sua história seria usada para expandir a fé cristã para fora dos arraiais de Jerusalém, começando a se cumprir as palavras de Jesus em 1.8, quando afirmou que a igreja seria testemunha da ressurreição dele até aos confins da terra.

                Mas boa reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria, cheio de fé e poder, não foram qualidades que a sociedade judaica tenha considerado úteis, quando Estevão pregava o Evangelho de Jesus.

                É preciso você compreender que o Evangelho que pregamos não se coaduna com o sistema corrupto da sociedade que nós estamos vivendo. Por mais que nos esforcemos para viver uma vida correta e pura, limpa dos pecados que a sociedade pratica, mais sofreremos os ataques deles, e mais deveremos amá-los e desejar a salvação deles, nos posicionando firmemente em favor das Escrituras.

                Graça (fé) e poder são virtudes desejáveis aos crentes fiéis. Não creio que Deus usará pessoas para fazer sinais e milagres como no passado, pelo fato de que hoje temos a Bíblia para nos dar toda a revelação que precisamos de Deus e seu propósito para nós, por meio de Jesus Cristo. Mas vale observar que, embora eu ou você não tenhamos poder para fazer milagres, temos conosco a fé, pois ela faz parte das 3 coisas que perduram, citadas por Paulo em 1 Co 13.13, “a fé, a esperança e o amor”.

                A vida de Estevão foi inspiradora para a igreja em Jerusalém, sua morte foi uma força motivadora para a expansão do evangelho.

                Em nossa igreja, precisamos de homens como Estevão. Com boa reputação, cheios do Espírito, cheios de sabedoria e cheios de fé e poder. Não precisamos que vocês façam sinais e prodígios, só precisamos que sejam bons maridos e pais, honestos em seus negócios, comprometidos com a evangelização pessoal, sábios para não serem enganados pelas ciladas que este mundo arma visando sua queda e destruição moral.  Homens e mulheres comprometidos é o que Deus espera daqueles que foram salvos por Jesus, que não dependem de sua própria força, mas vivem debaixo da direção do Espírito Santo, e contam com a graça de Cristo.           

  • Sinagoga e Sinédrio – características de religiões e autoridades corruptas.

9 Então alguns dos que eram da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilícia e da província da Ásia se levantaram e discutiam com Estêvão.

10 Mas eles não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava.  Ex 4:12; Is 54:17; Lc 21:15;

11 Então subornaram alguns homens para que dissessem: — Ouvimos este homem proferir blasfêmias contra Moisés e contra Deus.  Mt 26:59;

12 Atiçaram o povo, os anciãos e os escribas e, investindo contra Estêvão, o agarraram e levaram ao Sinédrio.

13 Apresentaram testemunhas falsas, que disseram: — Este homem não para de falar contra o lugar santo e contra a lei.

14 Nós o ouvimos dizer que esse Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos deu.

                Estevão era um judeu helenista (ou seja, de fala grega e criado fora de Israel). Agora estava morando em Jerusalém, pois fora alcançado pelo evangelho. Parece que estava em algum lugar pregando sobre Jesus e foi contestado por membros de algumas sinagogas alistadas no verso 9. Em Jerusalém havia uma espécie de bairros onde residiam vários grupos com pensamentos parecidos, mais ou menos o que acontece em grandes cidades, onde você tem a colônia dos italianos, dos alemães, dos japoneses, etc; Esses grupos tinham sua próprias sinagogas (templos onde cantavam e estudavam o Velho Testamento). A sinagoga dos libertos pode se referir a descendentes judeus que tenham sido cativos, mas que receberam a liberdade de Roma. Paulo era de Tarso, na Cilícia (At 21.39), e pode ter tido vários encontros com Estevão e até ter discutido com ele também. Mas em virtude da sabedoria de Estevão e de sua submissão ao Espírito Santo, parece que ninguém conseguia vencê-lo quando o assunto era a palavra de Deus. Então, a decisão que chegaram era que precisariam destruí-lo para que ele não pregasse mais.

                Encontramos aqui uma característica daqueles que se opõem a Cristo. Eles são resistentes à verdades bíblicas que apontam para Jesus, mas como não conseguem que seus argumentos vençam o que a Palavra de Deus diz, eles partem para a acusação. No verso 11, chegaram a subornar pessoas para mentirem contra Estevão, como se ele fosse contra a lei de Moisés, lei vigente em Israel na ocasião e contra Deus.  Nos dias atuais a situação se repete. Quem nunca ouviu alguém dizer que você prega um Deus machista, racista, monstruoso. Quem nunca ouviu alguém afirmar que somos hipócritas por falar de amor, mas não concordar que pessoas gays (LGBT+) sejam membros das igrejas mantendo suas práticas pecaminosas? O Evangelho fala de um Deus amoroso, e sua igreja é a responsável por propagar esse amor, mas o amor de Deus inclui obediência à sua Palavra, e a toda sua Palavra, sempre por meio de Jesus Cristo e sua graça.

                Além de serem resistentes ao ensino bíblico, há outra característica no texto, que descreve a postura corrupta na religião e nas autoridades. Eles atiçam o povo contra Estevão. Nos dias atuais esta tem sido a estratégia de militantes progressistas. Colocar a sociedade e até mesmo membros das igrejas contra os que pregam a Bíblia e crêem nela como a inerrante Palavra de Deus.

                Outra característica é que agem com violência, o verso 12 ainda afirma que investiram contra Estevão, o agarraram e o levaram (contra a vontade dele, é claro) ao Sinédrio. Pessoas contra a Bíblia ficam violentas. Como já disse aqui anteriormente, o evangelho é ofensivo para elas, pois exige arrependimento de pecados. Nos últimos anos, ciências como Psicologia, tornaram todas as pessoas doentes, assim o que a Bíblia chama de pecado, passou a ser chamado de doença mental, em resultado, se as pessoas estão doentes, precisam de cura, e não de arrependimento. Mas não é isso que a Bíblia ensina.

                Outra característica que o texto apresenta é que eles mentem sobre Estevão. Eles contratam até testemunhas falsas contra ele. Lá acusaram contra a lei de Moisés, dizendo que Jesus os havia obrigado a ignorá-las. Hoje nos acusam contra a Constituição Federal e as leis humanas criadas pelo Congresso Nacional. Enfim, Sinagoga e Sinédrio foram para Estevão o que a religião prostituída da atualidade e o governo sem Cristo estão sendo para a igreja de hoje.

CONCLUSÃO:

                No verso 15 lemos: “Todos os que estavam sentados no Sinédrio, fitando os olhos em Estêvão, viram o seu rosto como se fosse rosto de anjo”. Deus estava com Estevão e manifestava nele a sua glória. Qual maior alegria de um cristão se não for refletir a glória de Deus?

                Estas palavras finais me fazem lembrar quando Moisés desceu do Monte Sinai com as tábuas da lei e seu rosto ficou tão reluzente da presença de Deus que as pessoas não conseguiam olhar para ele. Com certeza os membros do Sinédrio e o povo ali presente devem ter pensado nisso. E que modo maravilhoso de Deus mostrar àqueles homens que eles estavam errados. Enquanto acusavam Estevão de quebra a lei de Moisés, Deus manifesta sua glória em Estevão, de modo a fazer nos lembrar de Moises.

                Queridos, como cristãos, sabemos que nossa aceitação diante de Deus se dá pela graça salvadora de Jesus, é pelo perdão de nossos pecados na cruz que podemos nos afirmar como salvos e filhos de Deus. Mas, uma vez em Cristo, temos a responsabilidade de sermos comprometidos com sua Palavra e sua igreja. Temos a missão de levar o evangelho ao mundo todo, começando com os que estão próximos a nós, ainda que haja resistência e oposição ao Evangelho, e ainda que tenhamos prejuízo com isso, precisamos lutar pela causa do evangelho até a morte. A pergunta é: Até onde você está disposto a ir por Jesus Cristo?

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