FÉ OU OPOSIÇÃO – DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ?
Atos 14.1-7
1 Em Icônio, Paulo e Barnabé entraram juntos na sinagoga judaica e falaram de tal modo, que veio a crer grande multidão, tanto de judeus como de gregos.
2 Mas os judeus que não tinham crido incitaram e irritaram os ânimos dos gentios contra os irmãos.
3 Entretanto, Paulo e Barnabé ficaram bastante tempo em Icônio, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios.
4 Mas o povo da cidade se dividiu: uns eram pelos judeus; outros, pelos apóstolos.
5 Então surgiu um movimento entre os gentios e os judeus, com o apoio das suas autoridades, para os maltratar e apedrejar.
6 Quando Paulo e Barnabé souberam disso, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e para as regiões vizinhas,
7 onde anunciaram o evangelho.
GRANDE IDEIA: ACEITAÇÃO OU REJEIÇÃO SÃO AS RESPOSTAS À PREGAÇÃO DO EVANGELHO.
INTRODUÇÃO:
Você já ouviu falar em polarização? Nos últimos dois anos, a mídia afirma que vivemos uma polarização política com os extremos e que é preciso seguir o centro político. No entanto, a gente já sabe que boa parte da mídia de grande porte passa noite e dia tentando manipular a opinião do povo para fazê-lo pensar o que eles querem. Na prática, a polarização é uma coisa boa. A polarização apenas evidencia que você tem um lado e que é uma pessoa que se posiciona. Quando o assunto é a fé bíblica não existe centro. Ou estamos com Cristo ou estamos contra ele. Ou o amamos ou o odiamos. Jesus afirmou que não podemos servir a dois senhores, pois amaremos a um e odiaremos o outro.
Quando o Evangelho é pregado segundo as escrituras exigirá um posicionamento – crer ou não crer. Crer ou permanecer incrédulo e, neste caso, o caminho do último será o de tornar-se em oposição à Palavra de Deus.
Vimos isso na semana passada, quando lemos sobre a viagem de Paulo e Barnabé para Antioquia de Pisídia. Muitas pessoas creram no evangelho, mas muitos judeus rejeitaram a Cristo como Senhor e Salvador e iniciaram uma perseguição política aos missionários, que foram obrigados a sair da cidade, por força de lei.
Após deixar Antioquia da Pisídia, Paulo e Barnabé, nossos missionários foram para Icônio, uma cidade grega que ficava cerca de 170km a noroeste de Antioquia e estava na principal estrada romana. Icônio era uma província romana da região da Galácia (lembra da Carta aos Gálatas?) desde o ano 25 a.C. Era uma com boas linhas de comércio e comunicação. A comunidade tinha uma mentalidade grega, porém havia muitos judeus que também moravam ali.
Nossa passagem bíblica de hoje relata o que aconteceu em Icônio. E esta história está entre dois versos muito significativos, que formam uma moldura para os fatos. O verso 1 afirma que Paulo e Barnabé “falaram de tal modo” que muitos vieram a crer, é claro, crer no Evangelho. E o verso 7 afirma: “onde anunciaram o evangelho”. A passagem começa e termina com Paulo e Barnabé anunciando o Evangelho. O que acontecia enquanto eles anunciavam o Evangelho não é o ponto mais importante. O destaque deve ser dado ao fato de que, acontecesse o que tivesse de acontecer, eles continuaram a anunciar o Evangelho.
Assim, temos alguns destaques a serem feitos no texto, que servirão para nossa edificação:
- O EVANGELHO DEVE SER PREGADO
1 Em Icônio, Paulo e Barnabé entraram juntos na sinagoga judaica e falaram de tal modo, que veio a crer grande multidão, tanto de judeus como de gregos.
2 Mas os judeus que não tinham crido incitaram e irritaram os ânimos dos gentios contra os irmãos.
Se as autoridades de Antioquia haviam cedido às pressões políticas e expulsaram Paulo e Barnabé de lá, eles continuaram sua viagem para pregar o Evangelho. Esses servos de Deus tem um propósito dado por Deus – anunciar o Evangelho, as boas notícias da salvação das pessoas por meio da fé em Jesus Cristo. Essa era a mensagem – Jesus, o messias, o filho de Deus, veio ao mundo, viveu, e entregou-se a si mesmo na cruz do calvário para que, por meio de sua morte, os pecados de toda a humanidade fossem perdoados, e pela sua ressurreição, todo aquele que arrependido de seus pecados, creu nele, tem a vida eterna.
Como sempre, começaram a pregar o Evangelho na sinagoga judaica, onde também frequentavam muitos judeus, mas era um grupo com algum contato com as Escrituras. Mas o conteúdo do Evangelho era por demais ofensivo. Paulo deixou claro na sua carta aos coríntios que a cruz era um escândalo para os judeus (que acreditavam que toda pessoa que fosse pendurada num madeiro, era uma pessoa amaldiçoada por Deus, o que Paulo explica que Cristo se fez maldição por em nosso lugar); mas também a cruz era loucura para os gentios com mentalidade grega. Como assim, alguém morre numa cruz e isso resolve meus pecados? No entanto, essa era a mensagem do evangelho. E todo aquele que cresse seria salvo, fosse judeu ou fosse grego, gentio. As explicações de Paulo e Barnabé, debaixo da unção do Espírito Santo tocou corações e uma grande multidão, de gregos e judeus, veio a crer em Jesus.
Por outro lado, aqueles que não se converteram a Jesus começaram a criar problemas e a colocar alguns gentios contra os pregadores.
Com ou sem conversão, o Evangelho deve ser pregado. Com ou sem oposição a quem prega, o Evangelho deve ser pregado. Paulo e Barnabé nos dão esse direcionamento. O mais importante era saber que Jesus Cristo estava sendo anunciado com fidelidade.
Diante da igreja, na atualidade, está a responsabilidade de oferecer às pessoas a salvação em Cristo. O mundo se perde diante da corrupção política, social, econômica e até em meios religiosos. Ainda assim, não podemos deixar de anunciar Jesus Cristo como o salvador. Há muita gente que precisa ouvir e decidir se crê e se vai se opor ao Evangelho. Diante do Evangelho, só duas opções: arrepender-se ou perecer. Que opção você tem tomado?
- O EVANGELHO DEVE SER PREGADO COM INTEGRIDADE, MESMO SOB OPOSIÇÃO
3 Entretanto, Paulo e Barnabé ficaram bastante tempo em Icônio, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios.
4 Mas o povo da cidade se dividiu: uns eram pelos judeus; outros, pelos apóstolos.
Mesmo após um primeiro momento de rejeição ao evangelho, da parte dos judeus que provocavam alguns gentios para que rejeitassem a Cristo como Senhor e Salvador, Paulo e Barnabé continuaram em Icônio, e nosso texto afirma que ficaram por bastante tempo.
Observem os verbos do verso 3.
- Ficaram bastante tempo: Sabiam da rejeição de alguns, mas isso não era suficiente para que cessasse a pregação. O Evangelho não pode parar de ser pregado. Ele é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego, afirmou Paulo em Rm 1.16. Será que ao compartilhar Jesus com alguém e por ele ter rejeitado, você desanimou de continuar pregando? Será que a rejeição de alguns não tem sido uma desculpa para muitos não compartilharem sua fé? Será que por alguém rejeitar seu convite para vir a um culto, você nunca mais irá convidá-lo? Temos que pregar o Evangelho, insistir nisso sem desanimar, mesmo que haja rejeição.
- Falando ousadamente: Paulo e Barnabé não diminuíram as verdades do Evangelho nem o tornaram mais plausível para se adaptar às filosofias gregas ou mesmo ao judaísmo militante. Fala ousadamente significa que falaram sem negociar as verdades bíblicas, e disposto a enfrentar qualquer reação que fosse.
- O que seria falar ousadamente hoje? Seria não diminuir as verdades bíblicas; o que a Bíblia chama de pecado deve pregado como pecado. O plano de salvação continua o mesmo. O homem reconhece seus pecados, e crê que Jesus morreu em seu lugar, para pagar pelos pecados do homem e lhe dar o perdão e a vida eterna, por meio de sua ressurreição. Isso pode parecer louco, isso pode parecer bobo, isso pode gerar rejeição, zombaria, mas isso é o Evangelho que deve ser crido e pregado ousadamente.
Deus confirmou a pregação de Paulo e Barnabé permitindo que eles realizassem milagres. Observe no verso 3 que os milagres eram feitos por Deus para confirmar as palavras do Evangelho. O foco era o Evangelho. O foco é Jesus e não os milagres em si mesmos.
Mas observe que, nem mesmo os milagres podem convencer um coração que rejeita a Cristo. Um grupo era a favor dos apóstolos, ou seja, da pregação do Evangelho da Salvação em Cristo, e outro grupo, mesmo vendo os milagres, rejeitavam a Cristo e mantinham a religiosidade judaica como a receberam.
Cada pessoa precisa crer para ser salva. A nós, crentes em Cristo, cabe a missão de anunciar o evangelho de forma íntegra, como o recebemos nas escrituras, e anunciar com coragem, mesmo se alguém rejeita.
- O EVANGELHO DEVE SER PREGADO COM CONFIANÇA EM DEUS E PRUDÊNCIA.
5 Então surgiu um movimento entre os gentios e os judeus, com o apoio das suas autoridades, para os maltratar e apedrejar.
6 Quando Paulo e Barnabé souberam disso, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e para as regiões vizinhas,
7 onde anunciaram o evangelho.
Por volta de uns 10 anos, houve uma assembleia da Convenção Batista Brasileira na cidade de Goiânia. Estávamos lá, sentados já no início de uma das seções, quando o presidente da CBB anunciou que devíamos nos retirar calmamente do auditório, mas com certa rapidez, pois havia tido uma ligação à polícia com uma ameaça de atentado à bomba. Todos foram se retirando do local, mas um pastor, amigo meu, começou a dizer que nós tínhamos que ficar lá dentro com ou sem bomba, pois nosso país precisava de mártires para o evangelho. A esposa desse amigo se levantou e disse: “Meu querido, estão avisando que tem uma bomba no prédio, e estão nos dando a oportunidade de sair, se você quer ser mártir, vai ser sozinho, pois eu estou saindo”. Ela se levantou e foi saindo, logo seu marido também saiu do prédio. Do que adiantaria tantos crentes mortos por causa de uma assembleia para tratar de assuntos administrativos?
Paulo e Barnabé depois de muito tempo na cidade, talvez meses ou até anos, viram surgir um movimento na cidade contra eles. Esse movimento tinha o apoio das autoridades locais (prefeitos, policiais?). O fato é que o objetivo era maltratá-los e apedrejá-los. Uma espécie de pena de morte comum à época.
Paulo e Barnabé deviam ter ficado e esperado o apedrejamento porque deviam morrer como mártires? Não! Eles ficaram sabendo dessas armações contra eles e fugiram para as cidades de Listra e Derbe, cidades da região da Licaônia, e para as regiões vizinhas. Ou seja, eles não ficaram tanto tempo num só lugar, para que não morressem, no entanto, eles continuaram anunciando o evangelho.
Não devemos diminuir o evangelho por medo de morrer, devemos ser ousados na pregação. Não devemos ter medo de morrer, por causa do Evangelho. Mas devemos ser prudentes. Se querem nos tirar a vida, fujamos! O evangelho será pregado se estivermos vivos! Seremos mais úteis assim!
No entanto, caso Deus permita que sejamos presos, continuaremos pregando o Evangelho, sem medo da morte, pois esta foi destruída pela vitória de Jesus Cristo na cruz e perdeu o seu poder de ferir. Assim, podemos ser firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que nosso trabalho não é vão no Senhor.
Sejamos prudentes. Mas preguemos o Evangelho puro e simples. Sem retirar ou acrescentar nada. Sejamos ousados falando as verdades das Escrituras.
APLICAÇÕES:
- Pregue o Evangelho. Parentes, amigos, conhecidos e desconhecidos foram alvos da morte de Jesus na cruz. O perdão dos pecados está disponível a todos. Mas eles saberão disso apenas se você pregar.
- Pregue o Evangelho todo. Seja ousado. Não diminua as verdades bíblicas para satisfazer alguém. O que é pecado deve ser anunciado como pecado. E a salvação para os pecados deve ser anunciada na sequencia, dando ao homem pecador a oportunidade de arrepender-se e crer em Jesus.
- Pregue o Evangelho com confiança, mas não abra mão da prudência. Se ao pregar, você corre risco de vida e pode se poupar disso. Proteja sua vida! Deus quer você pregando! Mas não tenha medo de enfrentar a morte, pois ela foi vencida na cruz. Em Cristo há ressurreição, há vida abundante, há esperança eterna, há paz, há amor.
- Diante do Evangelho, há duas opções: FÉ ou REJEIÇÃO. De que lado você está?