Em meio às lutas da vida, Cristo é a nossa Esperança!
Tema Específico: O que nos tornamos em Cristo.
Sermão 6
1 Pedro 2.2-10
2 Como bebês recém-nascidos, desejem intensamente o puro leite espiritual, para que, por meio dele, cresçam e experimentem plenamente a salvação,
3 agora que provaram da bondade do Senhor.
4 Vocês têm se aproximado de Cristo, a pedra viva. As pessoas o rejeitaram, mas Deus o escolheu para lhe conceder grande honra.
5 E vocês também são pedras vivas, com as quais um templo espiritual é edificado. Além disso, são sacerdotes santos. Por meio de Jesus Cristo, oferecem sacrifícios espirituais que agradam a Deus.
6 Como dizem as Escrituras: “Ponho em Sião uma pedra angular, escolhida para grande honra; quem confiar nela jamais será envergonhado”.
7 Sim, vocês, os que creem, reconhecem a honra que lhe é devida. Mas, para os que não creem, “A pedra que os construtores rejeitaram se tornou a pedra angular”.
8 E também, “Ele é a pedra de tropeço, rocha que faz as pessoas caírem”. Tropeçam porque não obedecem à palavra e, portanto, deparam com o destino planejado para elas.
9 Vocês, porém, são povo escolhido, reino de sacerdotes, nação santa, propriedade exclusiva de Deus. Assim, vocês podem mostrar às pessoas como é admirável aquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz.
10 “Antes vocês não tinham identidade como povo, agora são povo de Deus. Antes não haviam recebido misericórdia, agora receberam misericórdia de Deus.”
GRANDE IDEIA: Os que tem a Cristo por esperança, amadurecem e se tornam templo e sacerdócio e são o povo de Deus.
Introdução:
Já dissemos em nossas reflexões sobre o capítulo 1 deste carta, que os irmãos a quem Pedro escrevia eram considerados peregrinos pelo mundo. Estavam passando por perseguições, sofrimentos, vergonhas, enfim, viviam sob aflições diversas. E, quando sofremos, nossa mente tende a pensar que Deus está nos castigando ou que Ele se esqueceu de nós. Sabemos quando estamos sendo castigados se estamos em pecado. Se, ao avaliar nossas vidas, encontramos pecados, podemos crer no castigo, disciplina e correção de Deus. No entanto, quando não encontramos um pecado claro, nossa mente nos deixa na dúvida.
Preciso lembrar aos irmãos que o fato de sermos crentes em Jesus não nos livra do sofrimento. Somos ainda pessoas sujeitas à presença do mal. E quando decidimos servir a Cristo, o maligno que já nos odiava antes, agora trabalha muito mais contra nós, tentando nos destruir e nos impedir de honrar a Cristo e de conduzir pessoas até Jesus.
É nesse contexto de provações e dificuldades extremas, que Pedro escreve sua carta, visando encorajar os irmãos a se manterem fieis, firmes até ao fim. Ele os lembrou em 1.4 que Deus nos regenerou em Cristo para uma herança eterna reservada nos céus. Em meio às lutas da vida, era hora de exercer a fé e manter a esperança em Cristo e na eternidade!
Eles eram, como nós, crentes em Cristo. E, crentes em Cristo, possuem uma marca inconfundível – eles crescem em Cristo, eles sabem quem Cristo é e quem eles são. Assim, nosso texto nos mostra que os verdadeiros salvos por Jesus possuem uma identidade. Quais são as marcas desta identidade?
- BUSCAMOS O ALIMENTO CORRETO.
2 Como bebês recém-nascidos, desejem intensamente o puro leite espiritual, para que, por meio dele, cresçam e experimentem plenamente a salvação,
3 agora que provaram da bondade do Senhor.
Temos o costume de dizer que todo novo convertido é como um bebê, que precisa de cuidados até ter condições de andar sozinho. Infelizmente, o que mais vemos na igreja são pessoas que estão há muito tempo como membro da igreja, mas que não mostra nenhuma ou muito pouca maturidade.
No entanto, o texto não parece dizer que aqueles irmãos aos quais Pedro escrevera, fossem todos novatos na fé. Creio que os destinatários da carta eram um grupo misto de gente nova, mas a maioria de cristãos com bastante tempo de fé. A analogia/comparação de Pedro com os bebês, não é chamar aqueles crentes de imaturos, mas sim despertá-los para que se dediquem à maturidade bíblica. Observe que deviam imitar o bebê que busca o leite materno, sua única e verdadeira fonte de alimentação. Na comparação, aqueles irmãos deviam também rejeitar outra alimentação que não fosse o puro leite espiritual, ou seja, somente aquilo que é oferecido pela Palavra de Deus, interpretado da forma mais literal possível.
Mas qual o objetivo de buscar esse leite puro, que é a Palavra de Deus? A resposta é: crescer e experimentar plenamente a salvação. Algumas versões, omitem a palavra salvação. A ideia aqui é que se uma criança toma alimento saudável ela se desenvolve de forma saudável.
Neste momento, vale uma pergunta simples: Que tipo de alimento espiritual você tem ingerido? Qual é sua fonte de alimentação para a vida espiritual?
Tem muita gente vivendo a fé em conta-gotas. Não sabem como foi a sua conversão. Não sabe dizer do que se livraram. Estão perdidos, indo para o inferno dentro da igreja. Suas fontes de alimentação espiritual não são as verdades bíblicas iluminadas pelo Espírito Santo. Não se aplica a muitos irmãos as verdades de Salmo 1.2 “tem prazer na lei do Senhor e nela medita de dia e de noite”. Muitos ainda vivendo o que está em 1 Pedro 2.1; Precisamos nos despojar do pecado e nos alimentar com aquilo que realmente presta para nosso crescimento e salvação. Precisamos correr para a fonte que nos sustenta: Cristo e sua Palavra. Precisamos chorar (sim, como o bebê quando procura o leite); buscando a Palavra que nos dá vida, que nos sustenta firmes, que nos consola e encoraja a prosseguir em meio às lutas da vida, nos apontando Cristo como nossa única esperança.
Mas há outra marca da nossa identidade cristã:
- FAZEMOS PARTE DA HABITAÇÃO DE DEUS
4 Vocês têm se aproximado de Cristo, a pedra viva. As pessoas o rejeitaram, mas Deus o escolheu para lhe conceder grande honra.
5 E vocês também são pedras vivas, com as quais um templo espiritual é edificado. Além disso, são sacerdotes santos. Por meio de Jesus Cristo, oferecem sacrifícios espirituais que agradam a Deus.
6 Como dizem as Escrituras: “Ponho em Sião uma pedra angular, escolhida para grande honra; quem confiar nela jamais será envergonhado”.
7 Sim, vocês, os que creem, reconhecem a honra que lhe é devida. Mas, para os que não creem, “A pedra que os construtores rejeitaram se tornou a pedra angular”.
8 E também, “Ele é a pedra de tropeço, rocha que faz as pessoas caírem”. Tropeçam porque não obedecem à palavra e, portanto, deparam com o destino planejado para elas.
Essa porção do texto é muito significativa. Até agora Pedro tinha em mente a metáfora do leite e do recém-nascido buscando dedicadamente pelo alimento correto. Mas agora traz a metáfora da pedra e do templo. Cristo é a pedra viva! Aqui temos uma boa luz sobre a passagem de Mateus 16.18, quando Cristo afirma: “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. Que bom, que nesta carta, Pedro deixa claro que a pedra principal é Jesus e não ele mesmo.
Veja que tudo começa com a nossa aproximação de Cristo. Sim, a fé tem seu início e fim na pessoa de Jesus, não há espaço para outros nomes. E, observem que o texto deixa a ideia de uma aproximação continuada. A igreja é fundamentada em Cristo e não em outros fundamentos. Enquanto o mundo pecaminoso rejeita a Cristo, Deus o escolheu para lhe dar honra. E aquilo e aqueles a quem Deus escolheu honrar, devem ser as coisas e as pessoas que nós devemos honrar também. Cristo é a base da igreja. Seu fundamento. Sua razão de existir. Seu salvador e Senhor. Seu criador e seu dono. Ninguém pode colocar outro fundamento. No entanto, Pedro após explicar a posição de Cristo, passa a explicar a nossa posição em Cristo, ou por causa dele. Cada crente é uma pedra na construção do templo espiritual de Deus. Pedras vivas, porque foram vivificadas por Jesus. A ilustração de Pedro remonta o templo em Jerusalém e o sistema sacrificial do culto judaico a que ele estava acostumado. Todos nós, segundo Pedro, somos participantes desta moradia espiritual de Deus. Somos templo do Senhor, mas não sozinhos. Aqui deduzimos a necessidade de cooperação de cada parte. Somos pedras vivas que serão o templo/morada de Deus em plena comunhão e cooperação uns com os outros. Também nos é dito que somos sacerdócio ou sacerdotes santos. Neste templo que ajudamos a construir, somos os responsáveis para conduzir pessoas ao arrependimento, à adoração, ao culto. Uma das belas doutrinas do novo testamento que é também um princípio batista é o sacerdócio universal, ou seja, cada um é responsável por si mesmo, e deve santificar sua vida, cultuar ao Senhor e se colaborador na edificação da igreja.
Os versos 6 a 8 nos explicam que Cristo é a pedra principal, a pedra fundamental. Deus pôs Jesus como a base na qual a igreja é construída. E em Jesus temos garantia de não sermos envergonhados. Diz-se que os construtores avaliavam as pedras que seriam usadas numa construção, e aceitavam umas e rejeitavam outras. Pedro está afirmando que muita gente, de algum, modo cometeu o grande erro de olhar e conhecer um pouco de Jesus e ainda assim o rejeitou. Isso aconteceu no passado, mas ainda acontece em nossos dias.
Quando alguém rejeita firmar sua vida espiritual sofre a pedra viva chamada Jesus Cristo e sua palavra, acaba por jogar Cristo fora. E, para estes, a pedra principal se torna pedra de tropeço. Vejam as palavras do verso 8: 8 E também, “Ele é a pedra de tropeço, rocha que faz as pessoas caírem”. Tropeçam porque não obedecem à palavra e, portanto, deparam com o destino planejado para elas.
Pedro explica que rejeitar a Cristo, não obedecer à Palavra de Deus, é cair para um destino longe de Deus. Se sua vida não é edificada por Cristo e sua Palavra, o resultado é sua queda!
- SOMOS O POVO DE DEUS.
9 Vocês, porém, são povo escolhido, reino de sacerdotes, nação santa, propriedade exclusiva de Deus. Assim, vocês podem mostrar às pessoas como é admirável aquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz.
10 “Antes vocês não tinham identidade como povo, agora são povo de Deus. Antes não haviam recebido misericórdia, agora receberam misericórdia de Deus.”
Nesta parte do texto, Pedro evidencia a nossa identidade espiritual. Somos o povo eleito, o povo escolhido de Deus. No Velho Testamento temos a revelação de que Deus escolheu a Israel para ser um povo exclusivo dele; agora, Pedro nos afirma que Deus escolheu pessoas de todas as nações para formar sua igreja. Assim, não há mais uma distinção racial entre nós. Nos somos a raça eleita, uma nova geração, um novo povo, uma nova sociedade.
Além disso somos um reino de sacerdotes, ou sacerdotes reais, servimos a Cristo, o nosso rei eterno que governa com justiça todas as coisas. Se Israel tinha sacerdotes para conduzí-los a Deus, a igreja é um reino sacerdotal, ou seja, todos tem acesso direto à presença de Deus.
Pedro fala ainda que somos nação santa. Deus nos salvou do pecado e nos separou para que o sirvamos. A santificação é uma marca da igreja. Servir a Deus de modo exclusivo faz parte da nossa identidade como nação santa de Deus neste mundo.
Pedro também diz que somos o povo de propriedade exclusiva de Deus. Fomos comprados com o sangue de Jesus na cruz. Somos dele e somente dele. A grandeza da igreja, dos cristãos, está no fato de pertencermos a Deus.
Mas porque Deus fez tudo isso por nós? Para nos dar uma missão sublime: mostrar às pessoas como é admirável aquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Ou, noutra versão, proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
William Barclay esclarece que a missão do cristão é contar aos outros o que Deus tem feito por sua alma. Por meio da própria vida e das próprias palavras, o cristão é uma testemunha do que Deus tem feito por ele, pela mediação de Cristo Jesus.
Quem experimentou a salvação em Cristo em sua vida, não pode ficar calado. Tem que proclamar o que Deus fez e está fazendo em sua vida.
CONCLUSÃO:
Os que tem a Cristo por esperança, amadurecem e se tornam templo e sacerdócio e são o povo de Deus.
Sim, somos desafiados a buscar o alimento correto da Palavra de Deus, a sermos participantes da igreja, como pedras vivas que a compõe e a edifica, a termos o acesso constante à presença de Deus, pela nossa condição de sacerdotes reais, e jamais nos esquecermos de que somos o povo de Deus, comprados pelo alto preço do sangue de Jesus.
Temos em nossas vidas as marcas da nossa identidade espiritual.