1 Coríntios 5.1-8 O Elevado Padrão Moral de Deus – parte 1

O ELEVADO PADRÃO MORAL DE DEUS

Pr. Joaquim José da Costa Dias

 

Texto: 1 Coríntios 5.1-8

1 ¶ Agora estão dizendo que há entre vocês uma imoralidade sexual tão grande, que nem mesmo os pagãos seriam capazes de praticar. Fiquei sabendo que certo homem está tendo relações com a própria madrasta!

2  Como é que vocês podem estar tão orgulhosos? Pelo contrário, vocês deviam ficar muito tristes e expulsar do meio de vocês quem está fazendo uma coisa dessas.

3  (3-4) Quanto a mim, ainda que não esteja presente aí pessoalmente, estou com vocês em espírito. E, agindo como se eu estivesse aí, já julguei, pela autoridade do nosso Senhor Jesus, o homem que está fazendo essa coisa horrível. Quando vocês se reunirem, estarei com vocês em espírito. Então, pelo poder do nosso Senhor Jesus, que estará presente conosco,

5  entreguem esse homem a Satanás, para que o seu corpo seja destruído, mas o seu espírito seja salvo no Dia do Senhor.

6  Não está certo que vocês estejam orgulhosos! Vocês conhecem aquele ditado: “Um pouco de fermento fermenta toda a massa.”

7 ¶ Joguem fora o velho fermento do pecado para ficarem completamente puros. Aí vocês serão como massa nova e sem fermento, como vocês, de fato, já são. Porque a nossa Festa da Páscoa está pronta, agora que Cristo, o nosso Cordeiro da Páscoa, já foi oferecido em sacrifício.

8  Então vamos comemorar a nossa Páscoa, não com o pão que leva fermento, o fermento velho do pecado e da imoralidade, mas com o pão sem fermento, o pão da pureza e da verdade.

INTRODUÇÃO:

                Há um adágio ou ditado popular evangélico que diz que a única Bíblia que o mundo lerá é a vida diária do cristão, e do que o mundo precisa é uma versão revisada!

                Paulo, desde o início da carta aos Coríntios indicava sua insatisfação com o comportamento daqueles irmãos. Estavam dividindo a igreja, agiam como carnais e não espirituais, mas tinham uma postura de que fossem gente mais santa que os outros.

                Paulo escreveu para mostrar que aqueles que se achavam tão espirituais e portadores de uma maior intimidade com Deus, na verdade, agiam como crianças em Cristo e às vezes, até repetindo os padrões pecaminosos dos gentios.

                A questão levantada por Paulo neste trecho de sua carta era a imoralidade sexual que estava residindo no seio da igreja. Um homem que tinha relações sexuais com sua madrasta. Isto é o que se conhece por incesto. Relações sexuais entre pessoas da mesma família. De certa forma, isto também poderia ser entendido como adultério, pois a mulher era casada com o pai deste, sendo, portanto, mulher de outro homem.

                Diante disto, Paulo nos apresenta o elevado padrão moral de Deus e nos dá lições de extrema relevância. Vejamos 3 destas lições.

  1. 1)O ORGULHO DA FALSA ESPIRITUALIDADE ENFRAQUECE O PADRÃO MORAL NA IGREJA. (v. 2)

                O pecado do incesto que estava sendo cometido por um membro da igreja não incomodava os demais. Os coríntios se consideravam bons demais, espirituais demais. Eles se apresentavam como melhores que os outros. Mas tanto discurso de intimidade com Deus, não estava sendo comprovado na prática. O pecador continuava ali e ninguém tomava a iniciativa de se manifestar contra ele. O caso era conhecido tanto da igreja como da comunidade. Tão conhecido que chegou bem longe, aonde Paulo residia.

                Paulo argumenta que a igreja não pode viver do orgulho espiritual. Quando crentes pensam que intimidade com Deus é algo para exposição pública, os padrões de Deus vão sendo abandonados.

                Moody afirmou: “Uma igreja não pode prevenir o mal de modo absoluto, mas deve sempre praticar a disciplina”.

                Paulo argumenta que o fato de se acharem muito sábios na fé os estava cegando. Os coríntios estavam enfraquecendo na moralidade, em função de uma certa e falsa liberdade espiritual. Paulo reclama que eles deveriam estar chorando o pecado daquele irmão e que, uma vez que não havia arrependimento e mudança, ele deveria ter sido censurado e até excluído.

                Paulo deixa claro, como pregador da vontade de Deus, que já havia julgado este homem pecador. Mas ele não havia feito tal coisa por si mesmo, mas sim na autoridade do nome de Jesus Cristo. Cristo é o padrão moral de excelência e o aferidor de nossas ações. Se alguém age contra os princípios morais e éticos da Bíblia, a igreja tem autoridade bíblica para censurá-lo e corrigi-lo, e caso não se arrependa, até excluí-lo de sua convivência.

  1. 2)TODO PECADO OFENDE A DEUS E DEVE SER JULGADO COM BASE NO SEU PADRÃO MORAL JUSTO.

                No versículo 5 Paulo fala palavras duras demais. As ações mostram uma sequencia. Pelo poder do Senhor Jesus Cristo, os coríntios deviam entregar o homem a Satanás para destruição do corpo, a fim de que o espírito seja salvo.

                A base de toda ação na igreja não pode ser a vontade de homens, mas sim a de Cristo. Por isso, a consciência que nos move à purificação e santificação provém da autoridade ou do poder do nome do Senhor Jesus Cristo. A expressão completa “senhor Jesus Cristo” indica que Cristo está verdadeiramente do comando da igreja e que seus servos devem ser-lhe obedientes.

                Para Paulo o homem pecador deveria ser entregue a Satanás. A ideia deste julgamento duro pode ser pensada à partir da ideia bíblica de que Satanás é o príncipe do mundo pecador (João 12.31), no entanto só tem poder sobre a carne (Jó 2.5-6; 2Coríntios 12-7) . Em outro momento bíblico, Paulo apresenta a mesma ideia, veja por exemplo, 1Tm 1.20 onde lemos: “Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás para que aprendam a não blasfemar”. Para o Novo Comentário da Bíblia, “Estas passagens mostram que Satanás tem permissão de Deus para infligir sofrimento físico aos homens, o que pode resultar no arrependimento deles.            Mas, embora hoje possamos achar difícil pensar nos termos precisos aqui usados pelo apóstolo, não há razão para não tomarmos a sério e pormos em prática o conselho que ele dá, a saber, excluir da congregação os que são malfeitores notórios. Olhando o vers. 11 adiante, vemos ali uma lista de pecados que devem ser tratados desse modo. Qualquer membro da igreja que peque dessa forma deve ser francamente condenado em face da congregação, fazendo-se ver a ele que Satanás o tem preso em tais práticas, afastando-se do seu convívio os outros crentes, na esperança de que venha a descobrir a gravidade de sua situação e se arrepender, de modo que seu espírito se salve no dia do Senhor Jesus (5)”.

  1. 3)O ALTO PADRÃO MORAL DE DEUS NA IGREJA EXIGE A PURIFICAÇÃO E SANTIFICAÇÃO DOS SEUS MEMBROS.

                Nos últimos versículos, Paulo relembra aos irmãos coríntios a prática do da páscoa, uma festa judaica em que os judeus tiram de sua casa todo o fermento dos pães durante uma semana, e assim era feito um processo de purificação do povo, para receberam seu livramento da escravidão do Egito. Agora, Paulo diz que eles deveriam repetir as ações de purificação entre si, tirando o fermento do pecado de seu meio, ou seja, o homem pecador e não arrependido. Fermento é um termo usado para simbolizar a natureza corruptível do homem. Assim, se um elemento de corrupção for tolerado na igreja, toda a igreja poderá ser corrompida.

                Paulo orienta: joguem foram o fermento do pecado para serem puros. Cristo é nossa páscoa (7) e foi imolado por nós (7). Por isso celebremos a festa… com sinceridade e verdade (8). Os israelitas na antiguidade ficaram de sobreaviso e se prepararam, espiritual e moralmente, para a observância da páscoa. Assim também devem estar os cristãos, em todo o tempo da presente era da páscoa de Cristo.

CONCLUSÃO:

                Deus tem um alto padrão moral que deve ser seguido por nós, sua igreja. Isto implica em santificação, purificação de nossas vidas. Implica em humildade espiritual para buscar o verdadeiro conhecimento e o perdão, mas também nos conclama a fazer a purificação da igreja de Cristo, para que a Bíblia que o mundo vai ler, que são os crentes, possa conduzi-los a uma vida pura e santa, conforme o padrão que Deus estabeleceu.

                Deus nos abençoe.

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